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Julgamento de Lussati suspenso por desentendimentos entre advogados e juízes

No megajulgamento com 49 arguidos, cujo rosto visível é o major Pedro Lussati, afeto à Casa Militar da Presidência da República de Angola, que foi detido na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas guardados em malas, caixotes e em várias viaturas, participam 36 advogados e deverão ser ouvidos mais de 200 declarantes

Bruno Fonseca/Lusa
31 de Julho de 2022 às 21:03
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O julgamento do caso Lussati, que foi retomado na sexta-feira, foi novamente interrompido devido a um desentendimento entre advogados e juízes, devendo ser retomado no dia 15 de agosto, disse à Lusa um dos defensores.

O julgamento, tinha sido suspenso no início de julho devido a questões processuais, reiniciou-se na sexta-feira, mas apenas por algumas horas, disse à Lusa um dos advogados que preferiu manter o anonimato.

No megajulgamento com 49 arguidos, cujo rosto visível é o major Pedro Lussati, afeto à Casa Militar da Presidência da República de Angola, que foi detido na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas guardados em malas, caixotes e em várias viaturas, participam 36 advogados e deverão ser ouvidos mais de 200 declarantes

Os réus, entre os quais oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e civis, são acusados de 13 crimes, entre os quais o de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negócios e branqueamento de capitais

O processo começou a ser julgado no final de junho, mas após algumas sessões, marcadas por questões prévias, requerimentos, admoestações, protestos e divergências entre o coletivo de juízes presidido por Andrade da Silva e o grupo de advogados, as audiências foram suspensas sem que tenha sido ainda lida a acusação.

O Tribunal da Comarca de Luanda decidiu entretanto prorrogar por mais quatro meses o prazo de prisão preventiva dos arguidos, o que levou a defesa a recorrer do despacho do juiz.

Segundo uma fonte da defesa contactada pela Lusa, a sessão de sexta-feira começou por volta das 11:00 e acabou por ser suspensa pelas 15:00, com cerca de metade dos 36 advogados a abandonar o Centro de Convenções de Talatona, onde decorrem as audiências devido ao elevado número de participantes.

Advogados e juízes desentenderam-se devido às questões prévias que alguns causídicos pretendiam apresentar, o que não foi autorizado.

"Os advogados entendem que as questões prévias devem ser apresentadas antes da leitura da acusação, porque aí já se entra na fase da produção de prova. O desentendimento agudizou-se e metade dos advogados abandonaram a sala", disse a mesma fonte.

"O tribunal deu oito dias aos arguidos para constituírem novos advogados", acrescentou, indicando que o julgamento deve ser retomado no dia 15 de agosto.

 
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