A Bodiva, gestora da bolsa angolana, arrancou esta segunda-feira com o lançamento de uma oferta pública de 30% do seu capital, indicou a Bodiva em comunicado.

Esta operação pública de venda (OPV) abrange 180 mil ações, com um preço unitário entre 8.633 e 13.259 kwanzas. Destas, 168 mil destinam-se ao público em geral e as restantes 12 mil estão reservadas para os trabalhadores. Os investidores podem subscrever entre uma e 59.999 ações.

A operação renderá um encaixe entre 1,55 mil milhões de kwanzas (1,6 milhões de euros) e 2,39 mil milhões de kwanzas (2,48 milhões de euros), conferindo uma avaliação da Bodiva no intervalo de 5,33 milhões de euros e 8,27 milhões de euros.

"Esta oferta visa atrair investidores nacionais e internacionais, consolidando a posição da Bodiva como um dos pilares essenciais do mercado financeiro angolano", assinala o comunicado da gestora da bolsa.

"Com a dispersão de 30% do seu capital social, a Bodiva pretende dinamizar o mercado, impulsionar o crescimento económico e atrair capital estrangeiro para a sua operação", sublinha Walter Pacheco, CEO da empresa.

Em declarações à Bloomberg, Walter Pacheco avança que espera que em 2027 a bolsa angolana conte com 10 cotadas. A Bodiva será a quarta cotada do mercado de capitais de Angola juntando-se à ENSA-Seguros de Angola, ao Banco Caixa Geral Angola e ao Banco Angolano de Investimentos.

Entre as futuras entradas em bolsa estão previstas para o próximo ano a estreia do Banco de Fomento Angola e a operadora de telecomunicações Unitel. 

Também o Estado angolano tem planos para privatizar parcialmente e colocar em bolsa a Endiama, empresa de diamantes, e a petrolífera Sonangol.

No caso da Sonangol, Walter Pacheco refere que "o timing da operação está a ser bastante debatido", mas indica haver "um grande esforço para que se tente a entrada em bolsa em 2027".