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Embaixador José Marcos Barrica: Angola e Portugal em “diplomacia silenciosa”

O diplomata de Angola em Portugal assegurou que os dois países mantêm ligações de forma “silenciosa”, num dia em que a publicação estatal do país garante que as relações diplomáticas entre os dois países estão consolidadas. A necessidade de fortalecimento militar para conquistar o respeito no mundo foi sublinhado pelo representante.

João Miguel Rodrigues/Correio da Manhã
10 de Abril de 2014 às 16:18
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O embaixador de Angola em Portugal, José Marcos Barrica (na foto), assegurou que Portugal e Angola mantêm uma “diplomacia silenciosa" e "trabalhos para que as coisas voltem à normalidade”. Nesta quinta-feira, 10 de Abril,o Jornal de Angola escreve em editorial que “as relações entre os dois países estão cada vez mais sólidas e a subir de nível”.

 

As relações entre os dois países esfriaram depois de fugas de informação em investigações do Ministério Público português a altos dirigentes angolanos, como o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, e o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança da Presidência da República, general Hélder Dias Vieira.

 

A tensão diplomática entre Portugal e Angola, que levou o Presidente angolano a anunciar a 15 de Outubro de 2013 o fim dos planos de constituição de uma parceria estratégica com Portugal, começou em Novembro de 2012, quando o semanário "Expresso" noticiou a existência de um inquérito-crime no Ministério Público português contra altos dirigentes angolanos.

 

Após o sucedido, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Manchete, pediu desculpa a Luanda pelas investigações do Ministério Público numa entrevista dada à Rádio Nacional de Angola, declarações que provocaram polémica em Lisboa.

 

No debate “Angola: Novos Rumos do Desenvolvimento” que decorreu hoje em Lisboa, o diplomata de Angola em Portugal reconheceu que o País “é uma das portas importantes de Angola e África para a Europa”, mas não a única.

 

Questionado sobre as relações entre Angola e a China, José Marcos Barrica, esclareceu que o país oriental foi um grande apoio financeiro no período do pós-guerra em Angola, enquanto a comunidade internacional do Ocidente colocou entraves e “jogou com dois pesos e duas medidas”, comparando o país africano com outros que necessitaram de apoio no pós-guerra. Apesar de Angola “ter sido muitas vezes criticada por ser apoiada pela China pela questão dos direitos humanos”, os moldes das relações já se alteraram desde 2002, data do ínicio do contacto entre ambos, e os dois países “vão continuar a cooperar até que as Nações Unidas condenem estes contactos”.

 

A candidatura de Angola a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas que é apoiada pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, em inglês) e pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) é, segundo o embaixador, uma das decisões que demonstra a vontade de Angola se tornar uma “nação forte, competitiva e próspera, da qual os filhos se vão poder orgulhar”. O fortalecimento militar foi sublinhado pelo diplomata que lembrou que “o mundo só respeita os fortes” e Angola quer trabalhar no sentido de fazer com que “o continente africano deixe de ser o campo onde os abutres vão debicar”.

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