Carlos Duarte, atual presidente do conselho de administração da ENSA - Seguros de Angola vai ser novo presidente executivo do Banco Económico, antigo BES Angola. A votação para que o gestor ocupe o cargo será feita esta segunda-feira, 22 de agosto, durante a assembleia geral (AG) deste banco angolano.

O nome de Carlos Duarte é uma proposta do fundo de investimento Independent Financial Advisors, liderado por Francisco Garcia do Santos. Este fundo tornou-se o maior acionista do Banco Económico após o Banco Nacional de Angola (BNA) ter decidido transformar parte dos depósitos dos grandes clientes daquela instituição financeira em capital, tendo estes estes optado por congregar as suas posições em torno da referida sociedade gestora.

Na AG foi aprovada uma redução do capital a zero de todos os acionistas, casos da Sonangol, Novo Banco e Geni, do general Leopoldino Fragoso do Nascimento e  consequente aumento de capital, cujo valor não foi possível apurar, unicamente subscrito pelo Independent Financial Advisors

A assembleia geral, além de ratificar o nome de Carlos Duarte, irá também validar a escolha de Pedro Cruchinho para o lugar de presidente do conselho de administração. Carlos Duarte, antes de chegar à ENSA, tinha passado pela Nossa Seguros e o BAI (Banco Africano de Investimento) e será acompanhado  na comissão executiva por Jorge Ramos, Katila Santos (dois gestores que continuam) Elisa Baptista, ex-diretora de private do banco, e Amílcar Barros, proveniente do banco russo VTB África.

Em julho, no decurso da sua participação numa conferência der imprensa realizada em Portugal, O governador do banco central angolano garantiu que não haverá nenhuma injeção de capitais públicos no Banco Económico de Angola, que resulta do saneamento do BES Angola, e que a reestruturação estará pronta ainda este ano.

"Queremos, até final deste ano, que as medidas mais impactantes sejam concluídas, esperamos ver isso acontecer até final do ano", disse José de Lima Massano, governador do (BNA).

"Não haverá esforço adicional de fundos públicos para que o banco possa continuar a sua operação, foi a opção que seguimos e por isso, com o que está desenhado, não esperamos que outras perdas relevantes venham a acontecer, o sentido desta operação é proteger os depositantes e, dentro do possível, os investidores", acrescentou, citado pela agência Lusa.

A performance financeira do Banco Económico não é conhecida. Há três anos que o banco não divulga as suas contas.

(Notícia atualizada às 23h15 com introdução do terceiro parágrafo e identiifcação dos membros da comissão executiva no quarto)