Notícia
Álvaro Sobrinho faz queixa-crime de candidato à liderança da UNITA
O ex-líder do BESA acusa Adalberto da Costa Júnior dos crimes de difamação, calúnia e injúria. A queixa já foi entregue na Procuradoria-Geral da República de Angola.
Álvaro Sobrinho, ex-líder do Banco Espírito Santo Angola, apresentou uma queixa-crime contra Adalberto da Costa Júnior, líder do grupo parlamentar da UNITA e dos candidatos à presidência do movimento do Galo Negro. Álvaro Sobrinho considera que Adalberto da Costa Júnior cometeu os crimes de "calúnia, difamação e injúrias". A UNITA é a segunda maior força política de Angola.
Na base desta queixa, entregue na Procuradoria-Geral da República de Angola, esta quarta-feira, 18 de setembro, estão declarações feitas por Adalberto da Costa Júnior no programa de rádio "Repensar Angola" que é transmitido através do Youtube.
Nele, segundo a queixa, o líder do grupo parlamentar da UNITA diz que o Presidente da República, João Lourenço, "protege os grandes ladrões do país e dá como exemplo primeiro o caso do aqui ofendido, Álvaro de Oliveira Madaleno Sobrinho" e a presença do primeiro na inauguração do campo de golfe dos Mangais, em Lunda, propriedade do segundo.
Adalberto da Costa Júnior fez também referência a mais de mil milhões de dólares de fundos desviados do erário público em Angola para paraísos fiscais com ao Maurícias e as ilhas Seychelles, sendo que 70% a 80% eram pertença de "Sobrinho, diretor do BESA".
Na sua participação, a que o Negócios teve acesso, Álvaro Sobrinho afirma que os factos apontados por Adalberto da Costa Júnior são "totalmente falsos" e que nunca teve 700 ou 800 milhões de dólares. "Nas ilhas Seychelles o seu investimento é igual a zero e nas Maurícias não ultrapassa os 20 milhões de dólares" e que em todas as circunstâncias "nunca houve nenhum montante/fundos provenientes, direta ou indiretamente, do erário público".
Álvaro Sobrinho esclarece ainda que apenas tem 15% do capital da Sociedade Fazenda dos Mangais, proprietária do campo de golfe inaugurado por João Lourenço.
"Ao referir-se a Álvaro Sobrinho, conotado com a corrupção (…) e ao inventarem factos sobre fundos desviados do erário público e depositados em paraísos fiscais, é evidente o mal causado e a intenção dolosa de ofender o visado no âmago do seu bom nome e reputação", afirma o antigo líder do BESA na participação entregue a Hélder Pitta Grós, procurador-geral da República angolano.
No entender de Álvaro Sobrinho "é nítido que o deputado Adalberto da Costa Júnior cometeu vários crimes, pelo que aqui se apresenta queixa e se espera a instauração do devido procedimento".