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Terminou inquérito a Sócrates: "Saio muito satisfeito"
O interrogatório alongou-se durante nove horas e o antigo primeiro-ministro disse, à saída, que não ficou "pedra sobe pedra" da acusação produzida por Rosário Teixeira.
Esta sessão do interrogatório ficou marcada pelo pedido feito pelo juiz Ivo Rosa de que advogados e procuradores deixassem os telemóveis e tablets fora da sala de audiência, de forma a que não pudessem comunicar com o exterior. A decisão foi acatada por todos.
Ivo Rosa terá agora de decidir se leva os arguidos a julgamento nos mesmos termos da acusação, se retira alguns dos crimes ou se iliba já algum ou todos os arguidos.
Neste último dia de inquérito foram abordados temas como o apartamento de Paris, avaliado em três milhões de euros, que o Ministério Público diz ser de José Sócrates e comprado com fundos que serviram como pagamento para atos de corrupção que começaram assim que foi eleito como primeiro-ministro e dinheiro que lhe terá sido "emprestado" pelo amigo e empresário Carlos Santos Silva.
O processo Marquês está na fase de instrução, que serve de controlo ao trabalho do Ministério Público – aqui o juiz faz uma espécie de pré-julgamento, escrutinando a acusação e decidindo se os acusados vão a julgamento e se vão a julgamento por todos os crimes apontados na acusação. Esta fase, que arrancou em Janeiro deste ano, deverá levar um ano e passa, entre outras coisas, por novos interrogatórios aos acusados. José Sócrates, ex-primeiro-ministro, está acusado de 31 crimes e de ter recebido 34 milhões de euros por atos de corrupção.