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Terminou inquérito a Sócrates: "Saio muito satisfeito"

O interrogatório alongou-se durante nove horas e o antigo primeiro-ministro disse, à saída, que não ficou "pedra sobe pedra" da acusação produzida por Rosário Teixeira.

Manuel de Almeida/Lusa
05 de Novembro de 2019 às 00:27
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Ao fim de oito horas de interrogatório, o antigo primeiro-ministro José Sócrates abandonou o Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa. À saída disse estar "muito satisfeito". "Foi muito exaustivo e, como vos disse à entrada, vim aqui com um espírito inicial de repor a verdade. Não ficou pedra sobre pedra nesta acusação. Saio muito satisfeito", continuou. Ao todo, Rosa inquiriu Sócrates durante mais de 32 horas, espalhadas por cinco dias.

Esta sessão do interrogatório ficou marcada pelo pedido feito pelo juiz Ivo Rosa de que advogados e procuradores deixassem os telemóveis e tablets fora da sala de audiência, de forma a que não pudessem comunicar com o exterior. A decisão foi acatada por todos.

Na semana passada, Ivo Rosa tinha-se mostrado incomodado com as fugas de informação da sala de audiências enquanto durava o interrogatório e chamou a atenção dos advogados, tendo referido que caso continuassem a passar informações proibiria a entrada de telemóveis no espaço.

Ivo Rosa terá agora de decidir se  leva os arguidos a julgamento nos mesmos termos da acusação, se retira alguns dos crimes ou se iliba já algum ou todos os arguidos.

Neste último dia de inquérito foram abordados temas como o apartamento de Paris, avaliado em três milhões de euros, que o Ministério Público diz ser de José Sócrates e comprado com fundos que serviram como pagamento para atos de corrupção que começaram assim que foi eleito como primeiro-ministro e dinheiro que lhe terá sido "emprestado" pelo amigo e empresário Carlos Santos Silva.

O processo Marquês está na fase de instrução, que serve de controlo ao trabalho do Ministério Público – aqui o juiz faz uma espécie de pré-julgamento, escrutinando a acusação e decidindo se os acusados vão a julgamento e se vão a julgamento por todos os crimes apontados na acusação. Esta fase, que arrancou em Janeiro deste ano, deverá levar um ano e passa, entre outras coisas, por novos interrogatórios aos acusados. José Sócrates, ex-primeiro-ministro, está acusado de 31 crimes e de ter recebido 34 milhões de euros por atos de corrupção.

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