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Sócrates: "Quiseram impedir-me de ser candidato a PR e prejudicar o PS"

O antigo governante marcou uma conferência de imprensa para rebater a associação entre a Operação Marquês e a investigação da entrada da PT na Oi pelo Ministério Público. E acusou a "direita política" de ataque pessoal.

28 de Julho de 2016 às 12:31
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O ex-primeiro-ministro José Sócrates insiste que as investigações do processo Marquês, em que é arguido, pretenderam impedi-lo de ser candidato à Presidência e prejudicar o Partido Socialista.

"Tudo isto não podia ter acontecido sem uma motivação política – impedir-me de ser candidato a Presidente da República e para me impedirem de ter uma voz pública, eu tinha um programa de opinião na televisão. E, por outro lado, prejudicar o PS," afirmou o antigo governante em conferência de imprensa esta quinta-feira, 28 de Julho, transmitida pelas televisões.

Sócrates argumentou que a sua prisão a partir de Novembro de 2014 "visou criar um pânico, um terror" e que essa investigação e essa prisão tiveram "motivações políticas," voltando a acusar o Ministério Público (MP) de "violação das regras básicas da democracia."

"Não acusa nem se compromete com prazos. (…) O dever do MP é ao fim de três meses apresentar provas. Como é que é possível que o MP se porte com esta arrogância?," questionou. E apontou o dedo à "direita política" que "visa pessoalmente os seus adversários."

Sócrates defende presença da PT na Oi 

 

O ex-primeiro-ministro quis ainda sublinhar que as suspeitas do Ministério Público sobre a ligação entre a Operação Marquês e a entrada da Portugal Telecom (PT) na Oi, "não têm nenhum tipo de fundamento".

Declarações que se seguem às diligências das duas últimas semanas pelo Ministério Público junto da Caixa BI e do antigo BESI (actual Haitong) e que incluíram buscas nas casas de Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, ex-presidentes da PT, e que o MP diz reconheceu estarem relacionadas com a Operação Marquês em que Sócrates é arguido.

"Em causa estão eventuais ligações entre circuitos financeiros investigados neste inquérito [operação Marquês] e os grupos PT e Espírito Santo", referia então o comunicado do MP.

O Público noticiou em Novembro do ano passado que as autoridades policiais que investigam o negócio entre e Oi e a PT suspeitam da existência de movimentos que terão facilitado as autorizações políticas. Crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. 

Sócrates defendeu esta manhã o uso pelo Governo das 500 acções especiais (golden share) que então detinha na companhia portuguesa para impedir a alienação da participação da Vivo no Brasil à Telefónica e assim "defender o plano de internacionalização da PT e a presença no Brasil, que considerávamos estratégica." E que acabou por viabilizar o cenário posterior – a venda da Vivo e entrada na Oi porque dessa forma "a PT manteria a presença no Brasil," justificou.


Por outro lado, voltou a negar qualquer interferência no chumbo da oferta pública de aquisição da Sonaecom à Portugal Telecom (PT), nomeadamente na indicação de voto da Caixa Geral de Depósitos (CGD).


"O Governo não deu nenhum tipo de orientação de voto à CGD – comportou-se de forma irrepreensivelmente neutra do princípio ao fim do processo. A CGD votou de acordo com o que entendeu ser o seu melhor interesse," afirmou, acrescentando que mesmo que a CGD tivesse votado a favor da OPA, "o resultado não se teria alterado, a OPA seria igualmente derrotada."

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