Notícia
Sindicato diz que Ministério Público "tem de estar habituado" a pressões do Governo
Adão Carvalho reconhece, em entrevista ao Público, que "não é desejável" que se "empolem" as investigações judiciais e que o primeiro-ministro tinha condições para se manter no cargo. Usar o comunicado do Ministério Público como "fundamento para se demitir é algo subjetivo, pessoal e uma decisão eminentemente política", diz.
16 de Novembro de 2023 às 09:08
O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Adão Carvalho, afirma, numa entrevista ao Público publicada esta quinta-feira, que é "normal" que existam pressões por parte do Governo à Justiça e que os magistrados do Ministério Público (MP) "tem de estar habituados" e saber lidar com elas.
"No Ministério Público temos de estar habituados. Sempre que estão em causa pessoas com alguma visibilidade ao nível do poder político, do poder económico, é normal que essas pressões existam", refere Adão Carvalho, sublinhando que o MP "tem de saber lidar com elas e tem de saber, dentro daquilo que é a sua função, manter a serenidade necessária para desenvolver o seu trabalho".
Adão Carvalho reconhece que "não é desejável" que se "empolem" as investigações judiciais e defende que o primeiro-ministro, António Costa, tinha condições para se manter no cargo.
"O primeiro-ministro enquanto licenciado em Direito e que exerceu já funções de ministro da Justiça sabe perfeitamente que essa é a função do Ministério Público. Usar aquele parágrafo [do comunicado do Ministério Público sobre a Operação Influencer] como fundamento para se demitir é algo subjetivo, pessoal e uma decisão eminentemente política. Não é uma decisão judicial, nem uma decisão provocada pelo sistema judicial", refere.
"No Ministério Público temos de estar habituados. Sempre que estão em causa pessoas com alguma visibilidade ao nível do poder político, do poder económico, é normal que essas pressões existam", refere Adão Carvalho, sublinhando que o MP "tem de saber lidar com elas e tem de saber, dentro daquilo que é a sua função, manter a serenidade necessária para desenvolver o seu trabalho".
"O primeiro-ministro enquanto licenciado em Direito e que exerceu já funções de ministro da Justiça sabe perfeitamente que essa é a função do Ministério Público. Usar aquele parágrafo [do comunicado do Ministério Público sobre a Operação Influencer] como fundamento para se demitir é algo subjetivo, pessoal e uma decisão eminentemente política. Não é uma decisão judicial, nem uma decisão provocada pelo sistema judicial", refere.