O "patrão" da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, tinha oferecido ao tribunal de Munique uma soma de 100 milhões de dólares (74,5 milhões de euros) em troca do arquivamento das acusações de corrupção por prática de suborno a um banqueiro alemão. Os procuradores alemães acabaram por aceitar a oferta, esta terça-feira de manhã, dando assim por terminado o processo judicial que pendia desde Abril sobre Ecclestone.

À pergunta do tribunal sobre se o líder da Fórmula 1 detinha a liquidez necessária para efectuar o pagamento dos 100 milhões de dólares, Ecclestone limitou-se a responder, segundo a associação "German Press", um curto e singelo: "Sim". 

De acordo com o Financial Times, Bernie Ecclestone terá agora de proceder ao pagamento de 99 milhões de dólares às autoridades alemãs, devendo entregar o restante milhão de dólares a uma instituição de caridade infantil.

A lei alemã prevê a possibilidade de resolução de alguns casos de índole criminal através do estabelecimento de um acordo financeiro, sem que, em contrapartida, seja exigido algum tipo de admissão de culpa. O dono da Fórmula 1 manteve, ao longo do processo, que as suas acções se pautaram sempre pela correcção.

As acusações que levaram à abertura do processo judicial iniciado em Abril estão relacionadas com um eventual suborno, há cerca de oito anos, de 33 milhões de euros a um banqueiro alemão com o objectivo de conseguir apoio na venda de uma fatia do negócio do desporto motorizado para a CVC Partners.

A BBC esclarece que a modalidade escolhida para a resolução deste processo permite a Ecclestone continuar a dirigir a mais conceituada competição de automóveis do mundo. O dono da Fórmula 1 finaliza o processo judicial sem ser declarado inocente nem culpado.