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Novo Banco pressiona Manuel Damásio a pagar dívida de 4 milhões

O antigo presidente do Benfica obteve um crédito do BES para comprar papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo, noticia esta segunda-feira o Correio da Manhã.

Pedro Catarino / Correio da Manhã
14 de Março de 2016 às 09:28
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O Novo Banco está a pressionar o antigo presidente do Benfica, Manuel Damásio, a regularizar um empréstimo do Banco Espírito Santo (BES) no valor de quatro milhões de euros. O Correio da Manhã desta segunda-feira, 14 de Março, avança que o "crédito em incumprimento será consequência de uma operação em que o ex-presidente do Benfica terá obtido, por alegada influência de membros da família Espírito Santo, um crédito do BES para com esse dinheiro comprar papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo, numa fase em que essas sociedades estavam com graves dificuldades financeiras".   

O jornal refere que o negócio era vantajoso para Manuel Damásio, já que o empresário obtinha uma taxa de juro mais alta no papel comercial do GES do que a taxa de juro que pagava ao BES pelo empréstimo. Devido ao colapso do grupo, Damásio poderá perder o dinheiro aplicado no papel comercial mas "o Novo Banco já está a pressioná-lo para que pague o crédito do BES que usou para comprar o papel comercial". 

O antigo presidente do Benfica foi detido no passado dia 3 de Março, no âmbito da operação Rota do Atlântico, suspeito de branqueamento de capitais e tráfico de influências. Foi libertado no mesmo dia já perto da meia-noite com várias medidas de coacção. "O juiz decidiu aplicar ao arguido as medidas de coacção de proibição de contactos com arguidos, suspeitos e testemunhas identificados no despacho que fixa as medidas de coacção e sujeição às obrigações decorrentes do termo de identidade e residência", segundo uma nota da Procuradoria Geral da República emitida nesse mesmo dia.

O comunicado sublinhava ainda que Manuel Damásio, que foi presidente do Benfica entre 1994 e 1997, "foi indiciado por factos susceptíveis de integrarem os crimes de branqueamento e tráfico de influência". Neste inquérito investigam-se ainda suspeitas da prática de corrupção no comércio internacional e fraude fiscal.

A investigação é dirigida pelo Ministério Público, o qual tem a coadjuvação da Polícia Judiciária, refere o comunicado, realçando que o inquérito - que corre termos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal - encontra-se em segredo de justiça.

 

O antigo presidente do Benfica, de 75 anos, exerce actividade empresarial no sector do imobiliário.




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