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Ministério Público investiga burla chinesa com vistos “gold” em negócio de 40 milhões

Investidores chineses investiram num centro grossista em Benavente - cuja promotora tem como sócio o presidente da Estoril-Sol -, quando pensavam estar a comprar lojas em Lisboa.

29 de Junho de 2019 às 10:42
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O Ministério Público (MP) está a investigar o processo de construção do Centro POAO, o megacentro comercial chinês grossista, no Porto Alto, Samora Correia, concelho de Benavente, na sequência de uma série de denúncias, entregues ao MP e à PSP, por investidores chineses que alegam que foram vítimas de burla e que entraram no negócio para conseguir o chamado visto "gold", revela o jornal Público, na sua edição deste sábado, 29 de junho.

 

Entre os queixosos estão Jin Wenjun e o marido, Cai Wei, assim como Xiaochen Jia e a mãe, Yawei Zhang. Ao Público, Jin Wenjun garantiu que terão investido neste negócio, desde 2014 até 2017, cerca de 50 famílias chinesas. "Estamos a falar de investimentos mínimos de 500 mil euros. Estamos falar de mais de 20 milhões de euros no total", afirmou.

 

A maior parte das queixas, relata o mesmo diário, refere-se ao facto de, no contrato-promessa estabelecido entre os investidores e o promotor imobiliário se apresentar termos distintos para os imóveis que estavam a ser adquiridos. "Em português, está escrito armazém, mas em chinês está loja", explica Jin Wenjun, que garantiu que jamais compraria um armazém.

 

Jin Wenjun disse que, quando firmou o negócio, acreditava que estava a comprar "duas lojas num conceituado centro comercial, perto de Lisboa, por mais de 551 mil euros" e não "dois armazéns num centro grossista, onde só podem ir lojistas [o Centro POAO serve como uma espécie de entreposto onde as lojas de chineses, espalhadas pelo país, se podem abastecer] e que neste momento parece um local fantasma porque são poucos os armazéns que estão ocupados", afiançou.

 

A POAO, que foi anunciado em 2016 como um investimento de 40 milhões de euros, tem entre os seus sócios Choi Man Hin (que também assina como Man Hin Choi), presidente da Estoril-Sol (dona dos casinos de Lisboa, Estoril e Póvoa) e braço direito do magnata Stanley Ho, sendo também presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa.

 

O empresário não respondeu aos contactos realizados pelo Público. Já o seu sócio, Changlong Zhu remeteu para a advogada que representa a POAO, Glória Ribeiro, que alegou não poder responder.

 

O diário apurou que a empresa fechou o exercício de 2017 com prejuízos superiores a quatro milhões de euros.

 

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