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Malásia acusa criminalmente executivos do Goldman Sachs por escândalo de branqueamento de capitais
A Malásia avançou com uma acusação criminal contra 17 atuais e ex-funcionários do Goldman Sachs. Em causa estão as investigações ao caso de corrupção e lavagem de dinheiro que envolve fundo estatal malaio 1MDB.
A Malásia decidiu avançar com acusações criminais contra 17 atuais e antigos funcionários do Goldman Sachs, incluindo o vice-"chairman", Richard J. Gnodde, e John Michael Evans, ex-parceiro do banco e atual presidente do grupo Alibaba, revela a Bloomberg.
As autoridades alegam que os responsáveis, na altura com cargos de relevo em três unidades do Goldman, enganaram os investidores com a venda de obrigações do 1MDB no valor total de 6,5 mil milhões de dólares entre 2012 e 2013.
A Malásia alega que os funcionários do Goldman sabiam que os fundos do 1MDB tinham sido apropriados de forma incorreta.
"Acreditamos que as acusações anunciadas hoje, conjuntamente com as acusações contra três entidades do Goldman em dezembro, são mal direcionadas e vão ser defendidas vigorosamente", salienta o porta-voz do Goldman Sachs numa declaração escrita, citada pela Bloomberg.
O fundo 1MDB foi fundado por Najib Razak, ex-primeiro-ministro da Malásia, em 2009 e está a ser alvo de investigações em vários países por suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção. Além disso há suspeitas de apropriação indevida de fundos do 1MDB no valor de milhares de milhões de dólares. Só nos EUA as suspeitas apontam para a apropriação indevida de 4,5 mil milhões de dólares.
Razak foi detido há pouco mais de um ano devido às suspeitas que recaíram sobre ele. Tim Leissner, antigo responsável do Goldman, já foi considerado culpado por ter participado no esquema de lavagem de dinheiro e por ter violado as regras dos EUA sobre práticas de corrupção, depois de ter pago subornos a responsáveis da Malásia e de Abu Dhabi.
Em dezembro, a Malásia anunciou que ia exigir ao Goldman Sachs uma indemnização de 7,5 mil milhões de dólares, um valor que resulta da soma de obrigações emitidas - 6,5 mil milhões que o país diz terem sido desviados em vez de aplicados no país -e mil milhões para compensar os 600 mil pagos em taxas que o Governo considera excessivas e os cupões acima da média do mercado que foram cobrados na altura.