Notícia
Jho Low quer pagar mil milhões à Justiça americana por corrupção no 1MDB
O fundo de investimento malaio 1MDB está envolvido num caso de corrupção e branqueamento de capitais.
O Departamento norte-americano da Justiça conseguiu firmar um acordo com o fugitivo Jho Low – financeiro malaio envolvido no escândalo de corrupção no 1MDB – que visa o pagamento de perto de mil milhões de dólares desviados daquele fundo malaio.
A concretizar-se – o acordo tem ainda de ser promulgado por um juiz federal –, será uma grande vitória para a unidade criada pelo Departamento norte-americano da Justiça (iniciativa de recuperação de ativos de cleptocracia) que foi criada há quase uma década com o objetivo de impedir que os EUA se tornassem um "porto de abrigo" para dinheiro roubado.
Entre os ativos a devolver por Low – que é acusado de orquestrar o desvio de mais de quatro mil milhões de dólares do 1MDB – contam-se um hotel em Beverly Hills (Califórnia) e imobiliário de gama alta em Nova Iorque e Londres.
O escândalo que envolveu o fundo estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB) derrubou o primeiro-ministro malaio e estendeu-se de Hollywood a Wall Street, tendo desencadeado investigações por todo o mundo.
O fundo soberano tem estado a ser investigado pela Justiça na Malásia, por alegados movimentos de lavagem de dinheiro, irregularidades financeiras e corrupção. O Departamento norte-americano da Justiça diz que 4,5 mil milhões de dólares terão desaparecido do fundo e sido utilizados para a compra de artigos de luxo e para subornar governantes no país.
No passado mês de agosto, a Malásia avançou com uma acusação criminal contra 17 atuais e ex-funcionários do Goldman Sachs no âmbito das suas investigações ao caso. As autoridades alegam que os responsáveis, na altura com cargos de relevo em três unidades do Goldman, enganaram os investidores com três emissões de obrigações do 1MDB no valor total de 6,5 mil milhões de dólares entre 2012 e 2013.
A Malásia alega que os funcionários do Goldman sabiam que os fundos do 1MDB tinham sido apropriados de forma incorreta.
Em dezembro do ano passado as autoridades malaias tinham já processado o Goldman Sachs e dois ex-funcionários do banco norte-americano no âmbito desta investigação.
Nos Estados Unidos, esses dois antigos funcionários do Goldman, Tim Leissner e Roger Ng, bem como o malaio Jho Low, já tinham sido acusados por ligações a este escândalo.
Os três indivíduos acusados ter-se-ão alegadamente apropriado de 2,7 mil milhões de dólares através de subsidiárias do 1MDB que adquiriram obrigações nas referidas três emissões de dívida.