Notícia
Juízes ameaçam juntar-se à greve do Ministério Público
Os magistrados judiciais vão voltar a negociar com o Ministério da Justiça, mas não excluem continuar a greve, se o Governo não ceder, e admitem também juntar-se à greve agora anunciada pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, contra a "politização da justiça"
Numa altura em que se preparam para voltar à mesa das negociações com o Governo, depois de terem cumprido dez dias de paralisação, os juízes admitem agora juntar-se também à greve anunciada pelo Ministério Público (MP) contra o que chamam "tentativa de politização das investigações".
Manuel Soares, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), confirmou ao Negócios que vão voltar a conversar com a ministra da Justiça, aproveitando o intervalo já previsto na greve, que só deverá ser retomada a 23 de Janeiro. "Presumo que regressar às negociações será para encontrar um meio caminho", admite, para logo acrescentar: "Só aceitamos uma negociação por acordo que seja global. Não aceitamos rever metade do estatuto e nem deixar de fora as questões das carreiras, que eram compromissos que foram violados".
No mesmo dia em que se soube que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público vai também avançar com uma greve, Manuel Soares garante que os juízes estão totalmente solidários com a sua causa. "Nem sequer fecho a hipótese de fazermos greve com eles", assegura. O SMMP contesta a intenção do PS e PSD de alteração na estrutura do Conselho Superior do MP, compondo-o maioritariamente por não magistrados.
O sindicato liderado por António Ventinhas considera que está em causa a criação de "um sistema dominado pelo poder político com o retrocesso irremediável do combate ao crime económico, pondo fim à separação de poderes". Os magistrados têm aqui o apoio dos juízes: "Estamos totalmente ao lado dos procuradores, Não vale a pena ter tribunais independentes para julgar investigações que nunca lá vão chegar", remata Manuel Soares.
Manuel Soares, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), confirmou ao Negócios que vão voltar a conversar com a ministra da Justiça, aproveitando o intervalo já previsto na greve, que só deverá ser retomada a 23 de Janeiro. "Presumo que regressar às negociações será para encontrar um meio caminho", admite, para logo acrescentar: "Só aceitamos uma negociação por acordo que seja global. Não aceitamos rever metade do estatuto e nem deixar de fora as questões das carreiras, que eram compromissos que foram violados".
O sindicato liderado por António Ventinhas considera que está em causa a criação de "um sistema dominado pelo poder político com o retrocesso irremediável do combate ao crime económico, pondo fim à separação de poderes". Os magistrados têm aqui o apoio dos juízes: "Estamos totalmente ao lado dos procuradores, Não vale a pena ter tribunais independentes para julgar investigações que nunca lá vão chegar", remata Manuel Soares.