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Ivo Rosa não vai ouvir Carlos Alexandre como testemunha de José Sócrates

Defesa do antigo primeiro-ministro e de Armando Vara pretendiam que o juiz fosse ouvido durante a fase de instrução da Operação Marquês. Ivo Rosa já anunciou por despacho que "por ora" não é preciso que o magistrado testemunhe.

Negócios 08 de Novembro de 2018 às 08:23
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O juiz Ivo Rosa não vai chamar o também juiz Carlos Alexandre para depor no processo Operação Marquês, como pretendiam a defesa do antigo primeiro-ministro José Sócrates e o ex-ministro Armando Vara.

Segundo o Expresso, num dos primeiros despachos assinados pelo juiz de instrução do caso, Ivo Rosa considerou que que a questão da atribuição do processo a Carlos Alexandre "é meramente jurídica" e já está a ser alvo de um recurso e "por ora" não precisa de ser analisada. O processo foi atribuído a Carlos Alexandre em Setembro de 2014, numa altura em que já existiam dois juízes no Tribunal Central de Instrução criminal. Se fosse chamado a depois, Carlos Alexandre ia ser interrogado pelo colega com quem não tem uma relação fácil.

Se Carlos Alexandre não vai ser ouvido, o mesmo não se passa com o inspector da Autoridade Tributária que liderou a investigação do processo, Paulo Silva. O inspector irá prestar declarações sobre o uso, por parte do Ministério Público, de processos administrativos para investigar suspeitos ainda antes de serem instaurados processos-crime, de forma preventiva. Uma das defesas que contesta esta medida, que considera ilegal, é a de Carlos Santos Silva.

O uso abusivo deste tipo de acções, segundo o mesmo jornal, foi detectado durante uma inspecção extraordinária ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Ivo Rosa vai analisar o relatório feito pelos dois inspectores do Ministério Público e pediu acesso a todas as escutas do processo Monte Branco, que digam respeito a Carlos Santos Silva – foi desta investigação que foi retirada a certidão que deu origem à Operação Marquês.

José Sócrates foi detido a 21 de Novembro de 2014 e três anos depois foi acusado de 31 crimes repartidos por corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

Além de Sócrates, estão acusados o empresário Carlos Santos Silva, amigo de longa data e alegado "testa de ferro" do antigo líder do PS, o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, os antigos administradores da PT Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e o ex-ministro e antigo administrador da CGD Armando Vara, entre outros. No total foram acusados 28 arguidos na Operação Marquês, 19 pessoas e nove empresas, por um conjunto de 188 crimes económico-financeiros.

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