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Europa fecha no verde. Setor tecnológico dá novo recorde ao Stoxx 600
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Setor tecnológico dá novo recorde ao Stoxx 600
As bolsas europeias fecharam maioritariamente em alta esta quarta-feira, impulsionadas pela recuperação do setor tecnológico, numa sessão em que os resultados também estiveram em foco.
O índice de referência para as cotadas europeias, o Stoxx 600, ganhou 0,5% para 534,26 pontos e alcançou um novo recorde, com o setor tecnológico a subir cerca de 2%, recuperando das pesadas perdas de segunda-feira, dia em que o surgimento de um novo modelo de IA da chinesa DeepSeek provocou uma derrocada no setor.
Entre os principais ganhos do setor, destaque para a fabricante de semicondutores ASML, que disparou 5,5% depois de ter reportado vendas e lucros acima do esperado no quarto trimestre, além de as encomendas terem mais que duplicado face ao trimestre anterior.
Do lado oposto, esteve a empresa de artigos de luxo LVHM, que caiu cerca de 5%, depois de ter reportado na terça-feira uma queda das receitas em algumas das duas principais divisões, embora as receitas gerais tenham suplantado as expectativas.
O foco dos investidores na Europa está agora da reunião de política monetária do BCE, que deve anunciar a continuação do ciclo de cortes de taxas de juro na quinta-feira. A descida das taxas poderá reanimar a economia da Zona Euro, que continua a dar sinais preocupantes, depois de o governo alemão ter revisto em forte baixa as previsões de crescimento para este ano.
Nas principais bolsas europeias, o alemão DAX subiu 0,97%, o britânico FTSE subiu 0,28%, o espanhol IBEX valorizou 1,09%, o italiano FTSE MIB avançou 0,62% e o neerlandês AEX acelerou 0,73%. A exceção foi o francês CAC, que recuou 0,32%.
Yields europeias mantêm agravamento antes de reunião do BCE
Os juros das obrigações soberanas registaram novamente agravamentos esta quarta-feira, numa sessão em que os investidores mantiveram a aposta em ativos mais arriscados, como as ações, antes da reunião de política monetária do BCE, em que se prevê um corte das taxas.
As yields das Bunds alemãs a 10 anos tiveram uma das maiores subidas do dia, com um ganho de 2,1% para 2,581%. Esta quarta-feira, o governo alemão reviu em forte baixa as previsões de crescimento para a maior economia europeia este ano, apontando agora para uma expansão de apenas 0,3% do PIB, contra os anteriores 1,1%.
Apenas os juros das obrigações francesas apresentaram uma maior subida, ao ganharem 2,7 pontos base para 3,320%.
As yields das obrigações do Tesouro nacionais subiram 1 ponto base para 2,967%, enquanto Espanha e Itália registaram subidas menos expressivas: 0,6 pontos para 3,179% e 0,3 pontos para 3,661, respetivamente.
Fora da Zona Euro, as yields das Gilts britânicas subiram 0,7 pontos base para 4,619%.
Petróleo desce sob pressão das reservas dos EUA e tarifas de Trump
Os preços do petróleo descem esta quarta-feira, depois os dados das reservas de crude dos EUA terem revelado um aumento dos inventários, num momento em que as possíveis tarifas da administração sobre o Canadá também estão em foco.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, recua 0,85% para 73,14 dólares, enquanto o Brent do Mar do Norte, o "benchmark" europeu, recua 0,54% para 76,08 dólares.
A contribuir para as quedas, estão os dados do departamento de Energia dos EUA desta quarta-feira, que revelaram um aumento de 3,43 milhões de barris na semana passada. A subida foi a maior desde outubro e sinaliza uma queda da procura.
A pressionar, estão também as ameaças de tarifas por parte de Donald Trump sobre o Canadá, um dos maiores fornecedores de crude dos EUA. Em cima da mesa, estão ainda taxas de 25% sobre as exportações canadianas para os EUA a partir de 1 de fevereiro, confirmou a porta-voz da Casa Branca.
Além disso, o mercado está ainda atento às notícias de que a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) vai avaliar as mudanças da política energética da administração Trump e a sua intenção de colocar mais crude no mercado na próxima reunião do cartel, a 3 de fevereiro.
"Os preços do crude continuam a dançar ao ritmo da orquestra de tarifas de Trump, com as taxas sobre o Canadá em foco, uma vez que entrarão em vigor no sábado", refere Ole Hansen, diretor de estratégia de commodities do Saxo Bank, citado pela Bloomberg. A queda desta quarta-feira representa "um sentimento negativo num mercado em geral a negociar dentro de um intervalo".
Pessimismo de governo alemão leva euro a perdas
A moeda única europeia está a perder terreno contra várias das principais divisas internacionais após o Governo alemão ter revisto em forte baixa as previsões de crescimento da maior economia da Zona Euro para este ano, baixando de 1,1% para 0,3%.
O euro cai 0,21% perante a moeda norte-americana, para os 1,0408 dólares, e recua 0,47% face à divisa nipónica, para os 161,4700 ienes.
Também perante a moeda britânica o euro cede 0,03%, para as 0.8380 libras esterlinas.
Ouro cede ligeiramente de olhos postos na Fed
O preço do ouro mantém-se relativamente estável esta quarta-feira com os investidores a aguardarem a decisão da Reserva Federal (Fed) dos EUA sobre as taxas diretoras e, sobretudo, os sinais que possam sair das declarações do presidente da Fed, Jerome Powell.
A onça de ouro no mercado "spot" desliza 0,16%, para os 2.759,19 dólares.
A tendência é distinta nos outros metais preciosos, em particular a prata, que avança 1,67% para os 30,93 dólares por onça.
Também o paládio e a platina registam subidas nos preços, de 1,05% e de 0,89%, respetivamente.
Wall Street abre sem rumo à espera da Fed
As bolsas de Nova Iorque arrancaram a negociação sem rumo definido, num dia marcado pela decisão da Reserva Federal (Fed) sobre as taxas diretoras.
O Dow Jones valoriza 0,6%, até aos 44.878,35 pontos, enquanto o S&P 500 recua 0,31%, para os 6.048,60 ponto. Já o Nasdaq Composite perde 0,54%, para os 19.626,87 pontos, com os investidores a tentarem perceber se os sucessivos anúncios sobre Inteligência Artificial (IA) podem ou não castigar as tecnológicas norte-americanas.
O dia é também marcado pela divulgação de resultados por algumas das gigantes de Wall Street: Tesla, Meta e Microsoft.
Euribor cai a três meses para novo mínimo e sobe a seis e a 12 meses
A Euribor desceu hoje a três meses para um novo mínimo desde fevereiro de 2023 e subiu a seis e a 12 meses em relação a terça-feira, e manteve-se acima de 2,5% nos três prazos.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,612%, continuou acima da taxa a seis meses (2,598%) e da taxa a 12 meses (2,535%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 2,598%, mais 0,007 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,47% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,92% e 25,58%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também subiu hoje, para 2,535%, mais 0,001 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses caiu hoje, ao ser fixada em 2,612%, menos 0,003 pontos e um novo mínimo desde 09 de fevereiro de 2023.
A próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) realiza-se na quinta-feira em Frankfurt.
Na anterior reunião, em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez em 2024 e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.
Em dezembro, a média da Euribor desceu de novo a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em novembro e com mais intensidade no prazo mais curto.
A média da Euribor em dezembro desceu 0,182 pontos para 2,825% a três meses (contra 3,007% em novembro), 0,156 pontos para 2,632% a seis meses (contra 2,788%) e 0,070 pontos para 2,436% a 12 meses (contra 2,506%).
Encomendas da fabricante de "chips" ASML levam Stoxx 600 a novo recorde
Os principais índices europeus seguem a recuperar das fortes perdas registadas na segunda-feira, devido a um "sell-off" do setor tecnológico, numa altura em que é justamente a fabricante de "chips" neerlandesa ASML que anima o setor, após ter apresentado resultados do quarto trimestre do ano passado.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,46% para 534,05 pontos, após ter chegado a tocar novamente máximos históricos nos 534,41 pontos. Setores como o industrial, do retalho e de bens e serviços industriais sobem mais de 1%
No entanto, o maior impulso está a ser dado pelo setor tecnológico que pula mais de 4%, depois da ASML ter revelado que as encomendas de produtos mais avançados aumentaram no final do ano passado para sete mil milhões de euros, sugerindo que os produtores de processadores de inteligência artificial estão a aumentar a capacidade. Este é valor é o dobro do esperado pelos analistas.
A empresa chegou a escalar quase 12% em bolsa - o maior salto em cinco anos - e segue a valorizar 9,14% para 705,7 euros. Os resultados da ASML eram vistos como cruciais para o atual "rally" das bolsas europeias e devolvem alguma segurança aos investidores depois da turbulência provocada pelo modelo de inteligência artificial da startup chinesa DeepSeek.
Pela negativa, o setor de bens pessoais e para a casa perde quase 2%, penalizado pelos resultados da LVMH nos últimos três meses do ano passado, cuja faturação ficou abaixo do esperado e subiu apenas 1% para 23,9 mil milhões de euros. As contas da dona da Louis Vitton e Bulgari seguem-se aos bons resultados da Richemont, dona da Cartier, e da Burberry. A empresa francesa perde 5,6% e penaliza o parisiense CAC-40, o único que desce na Europa, com uma queda de 0,39%.
Entre os restantes índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,43%, o italiano FTSEMIB ganha 0,24%, o britânico FTSE 100 avança 0,08% e o espanhol IBEX 35 valoriza 0,61%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,98%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta quarta-feira, com os investidores centrados no resultado de uma reunião de política monetária da Reserva Federal, bem como num leilão de dívida a dez anos pela maior economia do bloco.
O mercado está ainda a antecipar o fim de uma reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira, apontando-se para seja anunciado um corte de 25 pontos base nos custos de financiamento e que as suas futuras decisões comecem a ser mais contidas.
As Bunds alemãs a dez anos, que servem de referência para o bloco europeu, recuam 3 pontos base para 2,530%. Já a rendibilidade da dívida francesa, com a mesma maturidade, desce 2,2 pontos base para 3,271%.
Por cá, as "yields" das obrigações do Tesouro cedem 4,1 pontos base para 2,915% e a das obrigações espanholas também a dez anos recuam 3,6 pontos para 3,137%. Já as "yields" da dívida italiana descem 4,6 pontos para 3,612%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos aliviam 4,1 para 4,571%.
Dólar sustentado por tarifas. Fed não deve mexer com a "nota verde"
O dólar segue a negociar em alta, sustentado pelo cenário de tarifas dos EUA sobre o Canadá e México a partir de sábado.
O fim de uma reunião de política monetária da Reserva Federal esta quarta-feira não deverá ser um evento a mexer com os mercados e os analistas do ING esperam um reforço da narrativa de independência da Fed pelo presidente Jerome Powell, face aos comentários mais recentes de Donald Trump. Adicionalmente, mesmo com a inflação a abrandar, a robustez do mercado laboral deverá manter os comentários de Powell contidos.
O índice do dólar soma 0,14% para 108,017 dólares por onça, enquanto o euro recua 0,12% para 1,0417 dólares, numa altura em que continua a ser pressionado pelo previsto corte de juros pelo Banco Central Europeu, que aumentará o diferencial de taxas relativamente à Reserva Federal (Fed).
"Se as cotadas do setor tecnológico norte-americano tiverem mais um dia calmo e a Fed se mantiver cautelosa em relação à flexibilização da política monetária, como esperamos, o dólar deverá consolidar os mais recentes ganhos, uma vez que o risco de tarifas universais justifica a atual sobrevalorização do dólar a curto prazo", escreve o analista do ING Francisco Pesole, numa nota sobre o mercado cambial.
Ouro inalterado à espera de pistas do presidente da Reserva Federal
O ouro está a negociar inalterado esta quarta-feira, com os investidores a aguardarem o resultado de uma reunião de política monetária da Reserva Federal. Apesar de não ser esperada nenhuma mexida nas taxas dos fundos federais, o foco vai estar nas pistas que o presidente do banco central, Jerome Powell, poderá deixar sobre o rumo futuro das taxas de juro.
O metal amarelo avança 0,01% para 2.763,65 dólares por onça.
Ainda a centrar atenções estão as tarifas de 15% às importações para os Estados Unidos de produtos do Canadá e o México, que deverão mesmo avançar a 1 de fevereiro, confirmou a porta-voz da Casa Branca. A incerteza em torno dos novos padrões comerciais poderá gerar mais procura por ouro como ativo-refúgio.
Petróleo sobe ligeiramente. Tarifas ao Canadá e "stocks" de crude centram atenções
Os preços do petróleo estão a negociar em alta esta quarta-feira, com os investidores a avaliarem o impacto das tarifas sobre as importações dos Estados Unidos sobre o Canadá e o México, que deverão mesmo avançar a 1 de fevereiro, confirmou a porta-voz da Casa Branca. Mais de metade das importações de crude dos EUA vêm do Canadá.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,23% para 73,94 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,09% para 77,56 dólares.
Os investidores vão ainda procurar confirmar os dados da associação comercial norte-americana American Petroleum Institute (API) que mostraram um aumento dos "stocks" de crude na semana passada, pela primeira vez em dez semanas. São hoje conhecidos os números oficiais da Administração de Informação em Energia.
Futuros da Europa no verde. Japão em alta com recuperação das tecnológicas
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em alta, com os futuros do Euro Stoxx 50 a subirem 0,69%, acompanhando a recuperação em Wall Street após as fortes perdas geradas pelo setor tecnológico.
A impulsionar esse setor na Europa deverá estar a neerlandesa ASML que apresentou os resultados do quarto trimestre antes da abertura desta quarta-feira. A empresa revelou que os pedidos de produtos mais avançados aumentaram no final do ano passado, sugerindo que os produtores de processadores de inteligência artificial estavam a aumentar a capacidade.
Isto depois de de os receios em torno da startup chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek terem provocado uma forte pressão vendedora no setor.
Na Ásia, as bolsas japonesas e australianas negociaram em alta, enquanto a maior parte das praças da região estiveram encerradas devido às celebrações do novo ano chinês. O Nikkei (1,02%) e o Topix (0,68%) subiram à boleia da recuperação do setor tecnológico.