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Ivo Rosa adia decisão sobre caso Sócrates para o final do estado de emergência
O juiz informou os advogados que não há prazos para proferir a decisão no caso que envolve José Sócrates, negando a data de 18 de fevereiro que chegou a ser anunciada. Demora poderá levar à prescrição de muitos dos crimes que estiveram em investigação.
Afinal, ainda não vai ser a 18 de fevereiro que se ficará a conhecer a decisão do processo Marquês, que tem o ex-primeiro ministro José Sócrates como principal arguido e que poderá arrastar-se até ao verão, o que perfazia um ano apís o debate instrutório, que aconteceu a 7 de julho de 2020 e foi transmitido em direto nas televisões.
Segundo revela o CM esta segunda-feira, 8 de fevereiro, o juiz Ivo Rosa informou os advogados que não há prazos para proferir a decisão, tendo invocado a lei especial da Assembleia da República que suspendeu os prazos dos processos não urgentes e que permite o adiamento de todas as diligências para atirar qualquer decisão só para o final do estado de emergência.
O jornal lembra que a decisão de Ivo Rosa, que perdeu a exclusividade e voltou a despachar os casos EDP e Máfia do Sangue, ainda é passível de recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa. Mesmo que a sua decisão seja confirmada, o processo só deverá chegar a julgamento dentro de dois ou três anos, o que poderá levar à prescrição de muitos dos crimes que estiveram em investigação.
Sócrates começou a ser investigado em 2013 e foi preso em 2014, tendo passado um período em Évora antes de passar para a prisão domiciliária. Ao juiz Ivo Rosa, que foi sorteado para decidir o processo Marquês, o antigo secretário-geral do PS negou qualquer crime e voltou a dizer que os milhões que tinha eram empréstimos do amigo Carlos Santos Silva.