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Investigação por desvios em empresa pública de Madrid faz 12 detidos

Em causa estão suspeitas de sobrefacturação de compra de empresas na América Latina. O valor sobrante seria distribuído por pessoas ligadas à empresa que gere as águas em Madrid. O antigo presidente da comunidade é um dos detidos.

7º Espanha
19 de Abril de 2017 às 14:24
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As autoridades espanholas detiveram esta quarta-feira, 19 de Abril, 12 pessoas, entre as quais o antigo presidente da Comunidade de Madrid, Ignacio González, por suspeitas de desvio de fundos públicos que terão beneficiaram pessoas ligadas ao anterior executivo autonómico da capital Espanhola.

A Operação Lezo investiga o desvio de fundos da Canal de Isabel II, a empresa pública responsável pela distribuição de água na região da capital, liderada por González de 2003 a 2012, antes de passar a estar à frente da Comunidade de Madrid, onde se manteve até 2015.

Na base das investigações estarão irregularidades detectadas em compras no estrangeiro facturadas quatro a cinco vezes acima do valor de mercado e cujo valor sobrante seria repartido pelos gestores da empresa pública, de acordo com o El Mundo. No Brasil e na Colômbia, investiga-se a compra feita, desta forma, das empresas Emissão Engenharia e Construções e de uma sociedade de gestão de águas, Barranquilla.

No caso da empresa brasileira, a compra foi registada por 21 milhões de euros. Um ano depois, conta o El Economista, o valor contabilístico era de cinco milhões.

Já o El País avança que poderão estar também a ser avaliados possíveis financiamentos ilegais ao Partido Popular (no poder em Espanha) através daquela empresa. O El Mundo diz que a opacidade sobre a instituição aumentou a partir de 2003, quando a popular Esperanza Aguirre tomou as rédeas da comunidade e que "durante anos era comum entre membros do próprio Partido Popular ouvir falar sobre os negócios turvos e a falta de transparência."

O irmão de González, Pablo, também detido, seria o testa-de-ferro do alegado esquema e Ildefonso de Miguel, gestor do Canal de Isabel II de 2004 a 2009 – obrigado a sair do cargo quando adjudicou uma obra a uma empresa sua -, o braço-direito. Edmundo Rodríguez Sobrino, outro dos visados, era conhecido como o homem do ex-presidente da comunidade para a América Latina.

A antiga directora financeira da Canal de Isabel II, María Fernanda Richmond, está também no rol dos detidos, estando entre os investigados também o director e o proprietário do jornal La Razón, respectivamente Francisco Marhuenda e Mauricio Casals, refere o El Economista.

Estes últimos terão ameaçado a actual presidente da comunidade, Cristina Cifuentes, com a publicação de notícias falsas se continuasse com a investigação ao caso.

A operação incluiu buscas às instalações da empresa pública no centro de Madrid.

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