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Filha do rei espanhol arguida no processo que envolve o marido
Um juiz espanhol constituiu hoje como arguida a filha do rei espanhol Juan Carlos, a infanta Cristina, no processo conhecido como Nóos, que envolve o seu marido, Iñaki Urdangarin, confirmaram fontes judiciais.
As fontes, consultadas pela Lusa, explicaram que Cristina Federica de Borbón y Grecia deverá depor perante o juiz José Castro, em Madrid, no próximo dia 27 de abril.
Cristina de Bórbon será ouvida na sua qualidade de co-proprietária da empresa Aizóon e de dirigente da Fundação Nóos, num processo que envolve a alegada apropriação indevida de fundos públicos.
A imprensa espanhola noticia que a declaração da infanta como "imputada" (figura equivalente a arguida em Portugal) surge depois de outro dos arguidos no processo, Diego Torres, ex-sócio de Urdagarin, ter apresentado novos correios electrónicos que, alegadamente, vinculam a filha do rei com a empresa.
Apesar do processo decorrer há vários meses, a procuradoria espanhola considera até agora não haver indícios de envolvimento da infanta nas actividades diárias da Fundação Nóos, pelo que optou por nunca a considerar arguida.
Neste caso, a decisão de constituir a filha do rei como arguida foi tomada apenas pelo juiz.
Os vários correios tornados públicos por Torres - o sétimo lote divulgado - incluem mensagens trocadas entre Cristina e o seu marido, que a consulta sobre várias gestões que pretendia realizar à frente do Instituto Nóos.
No passado dia 23 de Fevereiro, em tribunal, Iñaki Urdangarin negou em tribunal que a sua mulher tivesse qualquer relação com os negócios do Instituto Noos, desmentindo também o envolvimento da Casa Real.
"Declaro que a família real não deu o seu parecer, recomendou, autorizou ou apoiou as actividades que eu realizava no Instituto Noos", disse no tribunal de Palma de Maiorca onde foi ouvido durante cerca de quatro horas, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
O antigo campeão olímpico, de 45 anos, casado com a filha mais nova do rei de Espanha Juan Carlos, é suspeito de ter desviado vários milhões de euros de fundos públicos através do Noos, uma sociedade de patrocínios à qual presidiu entre 2004 e 2006.