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EUA negoceiam com diretora financeira da Huawei para encerrarem processo criminal no Canadá

A directora financeira da Huawei foi detida no Canadá, por ordem judicial dos EUA, por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas. Há dois anos que está em prisão domiciliária.

Bloomberg
04 de Dezembro de 2020 às 01:26
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O Departamento norte-americano da Justiça está a negociar um acordo com a diretora financeira da chinesa Huawei, Meng Wanzhou (na foto), que lhe permitirá regressar à China desde que admita as suas irregularidades, avançou o The Wall Street Journal citando uma fonte conhecedora do processo.

 

Os advogados de Meng, que se encontra em prisão domiciliária no Canadá (a Huawei tem várias propriedades em Vancouver), têm falado com responsáveis do Departamento norte-americano da Justiça, nas últimas semanas, acerca da possibilidade de chegarem a um "acordo de acusação diferido", indicou a mesma fonte.

 

Nos termos deste acordo, Meng – que é filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei – terá de admitir algumas das acusações que tem contra si, mas os responsáveis norte-americanos acordarão um potencial diferimento e levantarão mais tarde essas acusações se a CFO cooperar, explica a Reuters.

 

Meng, de 48 anos, foi detida no Canadá a 1 de dezembro de 2018 (e colocada posteriormente em prisão domiciliária naquele país), em virtude de uma ordem judicial procedente dos EUA.

 

A directora financeira da Huawei foi detida por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas.

 

Meng foi acusada de ter induzido em erro bancos internacionais em relação ao controlo da Huawei sobre uma empresa com operações no Irão, levando ao risco de violação, por parte daquelas instituições, das sanções impostas pelos Estados Unidos a Teerão.

 

Uma das acusações de fraude bancária diz respeito ao facto de, alegadamente, ter enganado a HSBC Holdings Plc sobre acordos de negócios da Huawei Technologies no Irão, o que levou o banco a incumprir nas sanções decretadas pelos EUA àquele país.

 

Num outro plano, recorde-se que os EUA consideram que as relações da Huawei com o governo chinês levam a que haja o risco de que o equipamento da empresa possa ser utilizado para espiar outros países. Nesse sentido, a Administração Trump tem pressionado os seus aliados, ao longo do último ano, para que limitem ou excluam a Huawei das futuras redes 5G, a nova geração de telecomunicações móveis.

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