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Empresa no centro da investigação da PJ ganhou 10,5 milhões só desde 2014

Empresas do grupo de transportes ganharam 160 contratos só nos últimos cinco anos, dos quais 121 por ajuste direto. Câmara de Lamego foi a que mais dinheiro pagou: 2,7 milhões de euros.

João D'Espiney joaodespiney@negocios.pt 12 de Junho de 2019 às 15:33

As empresas do Grupo Transdev, que estão no centro das buscas que a Polícia Judiciária (PJ) efetuou esta quarta-feira, dia 12 junho, a 18 câmaras do norte e centro do país, ganhou 10,5 milhões de euros em 160 contratos só nos últimos cinco anos.

Esta é a principal conclusão que se pode retirar da pesquisa que o Negócios realizou ao portal Base dos contratos públicos. Um resultado que peca por defeito na medida em que esta análise abrange apenas os contratos que foram publicados. Na lista dos contratos analisados, por exemplo, não consta nenhum celebrado pelas câmaras de Águeda, Almeida, Belmonte, Barcelos, Braga, Fundão, Moimenta da Beira, Oliveira de Azeméis e Soure, nove das autarquias que estão sob investigação.

Na base da operação "Rota Final", que envolveu 50 buscas, domiciliárias e não domiciliárias por parte de 200 elementos da PJ, entre inspetores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos, estão "práticas fraudulentas nos procedimentos de contratação pública, havendo suspeitas "de práticas de corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder", segundo a PJ.

A análise do Negócios permitiu concluir que dos 160 contratos divulgados apenas 11 foram assinados após concurso público e 28 após consulta prévia. Todos os restantes foram por ajuste direto.

A câmara de Lamego, uma das que foi objeto de buscas, foi a autarquia que mais dinheiro pagou à Transdev desde 2014, com um total de 2,7 milhões de euros em seis contratos. Todos por ajuste direto. No segundo lugar aparece o município de Tabuaço (que não consta da lista das investigadas) com um milhão de euros em quatro contratos.
 

Em terceiro lugar surge a câmara de Guimarães com 976,4 mil euros em seis contratos, dois dos quais após concurso público e em quarto a de Vouzela (não investigada) com 881,1 mil euros em cinco contratos.


A câmara da Guarda, uma que está no centro das investigações da PJ, pagou quase meio milhão de euros em oito contratos. Todos por ajuste direto.


A lista dos maiores contratos é composta ainda pela câmara de Pinhel (410,3 mil euros em cinco contratos por ajuste direto), de Trancoso (402,1 mil em dois), São Pedro do Sul (384,2 mil em sete, sendo que os maiores foram por ajuste direto); Marco de Canaveses (290 mil em seis), Mêda (274,5 mil em dois) e Cinfães (225,5 mil em nove, sendo que os mais elevados foram por concurso público). A Universidade da Beira Interior também se destaca com 259,8 mil euros em apenas dois contratos.

Trancoso, São Pedro do Sul, Marco de Canaveses e Mêda não constam da lista das autarquias que foram objeto de buscas.

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