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Defesa de Lula da Silva nega qualquer irregularidade em palestras realizadas em Portugal

O advogado de defesa do ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, negou hoje que possa ter havido qualquer irregularidade nas palestras realizadas pelo seu cliente em Portugal a convite de empresas brasileiras.

Miguel Baltazar/Negócios
17 de Setembro de 2016 às 10:35
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Questionado pela agência Lusa sobre investigações da Operação Lava Jato que levantaram suspeita sobre eventos com Lula da Silva em diversos países, incluindo Portugal, o seu advogado frisou que as todas palestras dadas por seu cliente após deixar o Governo brasileiro são regulares e foram registradas.

 

"Não há a menor dúvida que ele fez as palestras. Se ele fez as palestras foi remunerado. O que se pretendeu dizer na investigação [do Ministério Público Federal contra Lula da Silva] é que esta remuneração não foi feita como um pagamento pelas palestras, mas sim com outra finalidade, seria porque ele [Lula da Silva] fez tráfego de influência. Isto é um completo absurdo, afirmou.

 

O advogado destacou que os valores de todas as palestras do ex-Presidente brasileiro "são fixos e foram declarados. As palestras realmente ocorreram, assim, qualquer acusação neste sentido fica sem sustentação diante desta realidade".

 

Em março deste ano investigadores da Operação Lava Jato colocou sobre suspeita dezenas de palestras realizadas por Lula da Silva, que podem ter organizadas para esconder o pagamento de favores ilícitos concedidos pelo político à empresas brasileiras.

 

Uma visita de Lula da Silva à Portugal, realizada no ano de 2014 a convite da construtora Odebrecht, foi citada pelo advogado como um exemplo desta susposta tentativa de criminalizar atos do ex-Presidente brasileiro.

 

O evento gerou polêmica porque informações divulgadas pelos órgãos de comunicação no ano passado indicaram que Lula da Silva teria tentado pressionar o então primeiro primeiro-ministro Pedro Passos Coelho a favorecer projetos da construtora Odebrecht em Portugal.

Passos Coelho negou publicamente que tivesse sido procurado com esta finalidade por Lula da Silva em 2014, afirmando que o ex-Presidente brasileiro não teria tentado usar seu prestígio para fazer 'lobby' em nome Odebrecht junto ao Governo português.

Convidado pela Lusa a traçar um paralelo entre os casos do ex-primeiro-ministro José Sócrates e de Lula da Silva, dois políticos acusados de terem cometido crimes relacionados aos seus cargos de Governo, o advogado brasileiro alegou não conhecer detalhes do processo de Sócrates, mas frisou que se houve com o ex-primeiro-ministro português o mesmo que está acontecendo com Lula da Silva seria possível ver semelhanças.

"O que eu sei é que ele [Sócrates] chegou até a ser preso, mas não houve nenhuma acusação comprovada. Se isto estiver correto, é o que eu li, porém não posso afirmar porque não tenho o conhecimento dos autos dos processos contra ele, é possível estabelecer um paralelo sim", declarou.

O causídico prosseguiu afirmando que, caso a acusação contra Sócrates não tenha sido provada judicialmente, haveria indícios de "uma perseguição e até de uma privação da liberdade relativa a uma acusação que era manifestadamente improcedente".

"No caso do ex-Presidente Lula [da Silva], vejo acusações improcedentes sendo lançadas com o claro objetivo de tentar impedir uma participação de Lula em um cenário eleitoral em 2018", finalizou.

 

 

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