As casas em que José Sócrates habitou desde que foi para Paris serão um dos temas para os quais a investigação procurou uma explicação, estando agora os arguidos a ser confrontados com ele. Porque, como escreve hoje o Diário de Notícias, depois de inicialmente ter arrendado uma casa num bairro caro da capital francesa, José Sócrates acabou por adquirir um imóvel, no qual investiu cerca de 2,8 milhões de euros.

Ainda segundo o Diário de Notícias, a casa não terá ficado registada em nome de José Sócrates, mas sim do seu amigo, o empresário Carlos Santos Silva, agora também arguido no processo. Estará agora à venda por quatro milhões de euros.

Carlos Santos Silva terá igualmente adquirido à mãe de José Sócrates três outros imóveis que eram propriedade desta. Essas aquisições seriam a forma de branquear elevadas quantias em dinheiro que, desta forma, entrariam no circuito bancário de forma aparentemente legal.

E foi da conta da mãe de Sócrates que partiram os alertas que deram início à investigação, uma vez que a Caixa Geral de Depósitos terá estranhado os movimentos de elevadas quantias entre as contas de Maria Adelaide e do seu filho. Os valores, diz o Diário de Notícias, terão ascendido a 500 mil euros.

O ex-primeiro-ministro, que foi detido na passada sexta-feira no aeroporto, à chegada a Lisboa, está ainda a ser submetido a interrogatórios no Tribunal Central de Investigação Criminal. As medidas de coacção que lhe serão aplicadas, bem como aos restantes três arguidos na denominada Operação Marquês deverão ser conhecidas durante o dia de hoje.