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Arguido Diogo Gaspar Ferreira vai pedir abertura de instrução da Operação Marquês

José Diogo Gaspar Ferreira, antigo director executivo do empreendimento de luxo Vale de Lobo e arguido no caso Operação Marquês, vai pedir a abertura da instrução do processo, disse à Lusa o seu advogado.

Foi um dos primeiros grandes casos da era desta procuradora, ou não tivesse com protagonistas um ex-primeiro-ministro e, entre outros nomes já conhecidos de todos, um banqueiro chamado Ricardo Salgado. Este último foi constituído arguido já no início de 2017, suspeito dos crimes de corrupção, abuso de confiança, tráfico de influência, branqueamento e fraude fiscal qualificada. Seguiram-se-lhe Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, suspeitos de fraude fiscal, corrupção passiva e branqueamento. Depois de adiamentos vários, a acusação só viria em 11 de Outubro, praticamente três anos depois de Sócrates ter sido detido no aeroporto, quando regressava de Paris. Ao todos foram 28 os acusados, 19 pessoas singulares e 9 pessoas colectivas e falta agora que o juiz determine o prazo para que os arguidos avancem (ou não) com pedidos de abertura da instrução, uma vez que estão ainda a analisar o gigantesco processo, com milhares e milhares de páginas. Sócrates está acusado pela prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documento e três de fraude fiscal qualificada.
A Operação Marquês tem no ex-primeiro-ministro José Sócrates o seu principal arguido. Pedro Simões
28 de Agosto de 2018 às 18:21
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Segundo o advogado João Medeiros, o pedido de abertura de instrução vai incidir em algumas questões de direito e não na totalidade da acusação imputada a Gaspar Ferreira, acusado de corrupção activa de titular de cargo político, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.

 

Além destes crimes, o Ministério Público pede ainda que José Diogo Gaspar Ferreira e as empresas Vale de Lobo Resort de Luxo e o Oceano clube - empreendimentos turísticos do Algarve, também arguidos, sejam condenados a pagar solidariamente mais de 53 milhões de euros ao Estado.

 

O juiz Carlos Alexandre determinou que arguidos da Operação Marquês têm até 03 de Setembro para requerer a abertura de instrução - uma fase preliminar ao julgamento aproveitada pelos acusados para se defenderem das acusações do MP e finda a qual o juiz de instrução determina quem irá a julgamento.

 

A Operação Marquês tem no ex-primeiro-ministro José Sócrates o seu principal arguido, estando acusado de 31 crimes de corrupção passiva, falsificação de documentos, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

 

O inquérito da Operação Marquês culminou na acusação a 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas - e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

 

Sócrates, que chegou a estar preso preventivamente durante dez meses e depois em prisão domiciliária, está acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.

 

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santos (GES) e na PT, bem como por garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

 

Além de Sócrates, estão acusados o empresário Carlos Santos Silva, amigo de longa data e alegado `testa de ferro´ do antigo líder do PS, o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, os antigos administradores da PT Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e o ex-ministro e antigo administrador da CGD Armando Vara, entre outros.

 

A acusação deduziu também um pedido de indemnização cível a favor do Estado de 58 milhões de euros a pagar por José Sócrates, Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Armando Vara, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e outros acusados.

 

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