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Advogados de Sócrates classificam processo de "patético", sem provas ou factos

Os advogados de José Sócrates consideraram este sábado, 5 de Setembro, "patético" e "ridículo" o processo-crime contra o ex-primeiro-ministro e alegaram que estão consolidados "os indícios de que não há qualquer razão para suspeita" sobre o ex-líder do PS.

Miguel Baltazar/Negócios
05 de Setembro de 2015 às 13:08
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"Este processo não tem sentido, não tem razão. Não há factos, não há provas e passados nove meses (após a detenção de Sócrates) não há acusação", referiu o advogado João Araújo, em conferência de imprensa em Lisboa, acrescentando que o Ministério Público "não pode ter indícios do que quer que seja" relativamente ao ex-chefe do governo.

João Araújo e o seu colega Pedro Delille asseguraram que, apesar de Sócrates ter saído da prisão e de ter ficado em prisão domiciliária sem pulseira electrónica, vão recorrer da medida de coacção, reiterando a completa inocência do seu constituinte relativamente a todas as imputações, incluindo as respeitantes à aprovação do empreendimento de Vale do Lobo, Algarve.

O advogado recordou que a investigação contra Sócrates começou por ser "alimentada" com factos ligados às Parcerias Público-Privadas (PPP), aeroporto e TGV, entre outros, para depois derivar para o empreendimento Vale do Lobo, que é "uma invenção patética, infundamentada e ridícula".

João Araújo entende que toda a "encenação" montada na Operação Marquês "não tem razão de ser" e que a "honra de Sócrates tem de ser reparada a curto prazo".

Pedro Delille manifestou a convicção de que o inquérito será arquivado e João Araújo disse acreditar que daqui a menos de três meses Sócrates já estará livre deste "malfadado assunto". Até lá, esclareceu que o ex-líder do PS pode falar com a imprensa quando quiser e que não tem "quaisquer restrições" para responder aos jornalistas.

"Pode falar quando quiser. Não há restrições para falar livremente com a imprensa", afirmou João Araújo, menos de 24 horas depois de Sócrates ter deixado a prisão de Évora e ficado, por proposta do Ministério Público (MP), em prisão domiciliária, sem pulseira electrónica.

O advogado considerou ainda que, na Operação Marquês, "ultrapassaram-se todos os prazos da decência" e que tarda a conclusão do inquérito, observando que Portugal é um país que está doente" e "esqueceu a liberdade".

Pedro Delille disse estar convencido de que o final deste processo será o arquivamento, salientando: "Espero que tenha razões para estar convencido de que não vai haver acusação (..) porque acredito na justiça. Foram dois anos e dois meses de devassa pessoal e profissional da vida do engenheiro Sócrates."

José Sócrates voltou a casa na sexta-feira, após nove meses e meio de prisão, no âmbito da chamada Operação Marquês, embora continue detido, só que agora em prisão domiciliária.

A decisão de alterar as medidas de coacção do antigo primeiro-ministro, o único dos arguidos da Operação Marquês que ainda estava na cadeia, foi tomada pelo Tribunal da Comarca de Lisboa, na sequência de uma diligência nesse sentido do Ministério Público, e foi tornada pública ao fim da tarde de sexta-feira.

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