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Administração do El Corte Inglés investigada por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro

Em causa está o pagamento de 19,5 milhões de euros a duas sociedades sediadas em Singapura e nos Emirados Árabes por alegados serviços de assessoria.

Bloomberg
Negócios 13 de Março de 2017 às 11:15
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A administração do grupo espanhol El Corte Inglés vai ser investigada por suspeita dos crimes de corrupção, falsificação, violação do direito à informação e lavagem de dinheiro, segundo uma decisão do Tribunal de Madrid, avança o El Confidencial esta segunda-feira, 13 de Março.

O processo - dirigido contra o presidente do grupo Dimas Gimeno, os administradores, Antonio Hernández-Gil, Manuel Pizarro, Carlos Anselmo Martínez Echevarría, Shahzad Shahbaze Florentino Lasaga, o assessor externo David Barreiro e as sociedades Noganoir Capital e Tereze Capital – foi interposto pela Corporación Ceslar, que detém 9% das acções do El Corte Inglés.

 

Em causa está o pagamento de 19,5 milhões de euros por parte do El Corte Inglés às duas sociedades (ligadas a David Barreiro) por alegados serviços de assessoria na operação de empréstimo de mil milhões de euros concedido pelo xeique Hamad bin Jassim bin Jaber al Thani através da sociedad Primefin.

A Corporación Ceslar, que já havia pedido para ter acesso aos contratos que justificam esse pagamento, defende que o suposto trabalho de intermediação nunca existiu. Segundo Carlota Areces, da Corporación Ceslar – que foi expulsa do conselho de administração do El Corte Inglés em Agosto de 2015 – o desembolso de 19,5 milhões de euros "encobre o pagamento de comissões a favor de terceiros cuja identidade se desconhece e que pode implicar altos funcionários do Estado".

Segundo o El Confidencial, a Corporación Ceslar acredita ainda que "a contratação de Barreiro é fictícia" e que essa pessoa "não é o titular último da Noganoir e da Tereze nem o beneficiário último" dos 19,5 milhões de euros.

 

Além dos contratos relativos ao pagamento dos quase 20 milhões de euros, o tribunal também exige a Barreiro a documentação que prove os alegados trabalhos de assessoria que prestou ao grupo espanhol assim como todas as facturas que justifiquem o pagamento do dinheiro às duas sociedades sediadas em Singapura e nos Emirados Árabes.

 

Na mesma operação de crédito, além da comissão de 19,5 milhões paga às empresas de Barreiro, o grupo de distribuição pagou mais 3,75 milhões de euros ao banco norte-americano Morgan Stanley, uma transacção que também será alvo de investigação.

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