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Tancos: Juiz Carlos Alexandre faz 100 perguntas ao primeiro-ministro

O primeiro-ministro, António Costa, vai responder por escrito na qualidade de testemunha do ex-ministro da Defesa e arguido do caso de Tancos Azeredo Lopes, por decisão do juiz Carlos Alexandre que lhe formulou 100 perguntas.

27 de Janeiro de 2020 às 16:11
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A informação foi prestada pelo juiz na sessão de hoje da fase de instrução do processo sobre o furto e o achamento das armas dos paióis de Tancos e confirmada por um dos advogados de defesa à agência Lusa.

A mesma fonte adiantou que o primeiro-ministro tem agora um prazo de 10 dias para responder às 100 perguntas formuladas pelo juiz, as quais poderão, posteriormente, suscitar pedidos de esclarecimento dos advogados e do Ministério Público.

O juiz Carlos Alexandre aceitou que o depoimento de António Costa fosse prestado por escrito, tal como tinha sido autorizado pelo Conselho de Estado, depois de ter insistido na importância em ouvir presencialmente o primeiro-ministro.

No início de janeiro, o magistrado mostrou o seu desagrado por António Costa ter pedido ao Conselho de Estado para depor por escrito como testemunha do seu ex-ministro da Defesa, alegando dificuldades em "formular questões, sub-hipóteses, explicações e introitos".

Em resposta, o advogado de defesa do antigo ministro, Germano Marques da Silva, ponderou prescindir da inquirição do primeiro-ministro, pedindo, em contrapartida, para que fosse junto ao processo o "depoimento do primeiro-ministro prestado na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar ocorrido em Tancos.

O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, que já foi inquirido nesta fase, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão e o ex-fuzileiro João Paulino, apontado como cabecilha do furto das armas, que respondem por um conjunto de crimes que incluem terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

O caso do furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.
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