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Regulação financeira chega aos fatos dos banqueiros de Wall Street
Os banqueiros norte-americanos praticavam uma espécie de contrabando para comprar fatos londrinos de alta costura. A regalia está a terminar, porque as autoridades aduaneiras melhoraram o sistema de controlo, noticia o "Financial Times".
O imposto cobrado pela importação dos fatos dos banqueiros norte-americanos encomendados no estrangeiro aumentou de 4% para 20% ou até 27,5%, em função dos materiais de que são feitos. A subida acontece porque as autoridades de Washington aperfeiçoaram os sistemas de controlo aduaneiro.
O "Financial Times" explica que os executivos dos bancos dos Estados Unidos têm o hábito de encomendar os fatos em Londres e recebê-los nos Estados Unidos "em caixas seladas dentro de contentores que contêm outros produtos", num sistema semelhante ao dos contrabando. O procedimento era o seguinte: os alfaiates de sofisticados ateliers de costura londrinos viajavam até Nova Iorque para tirar as medidas aos clientes e depois de acabado o produto em Londres, enviavam-no de volta para os Estados Unidos.
Os ateliers da Saville Row, a famosa avenida londrina onde se encontram as melhores lojas de alta costura do país serão as mais afectadas pelo novo controle aduaneiro dos EUA. Ateliers como o Anderson & Sheppard ganhavam cerca de 40% da sua facturação nos Estados Unidos, revela o jornal britânico.
O fim desta peculiar forma de contrabando está a abrir portas a lojas de menor prestígio e de preços mais baixos, sobretudo as italianas. A crise também obrigou a alteração das escolhas de vestuário dos executivos bancários norte-americanos. Um inquérito levado a cabo pelo "Financial Times" num universo de 174 empregados do sector financeiro dos EUA, 59% dos inquiridos afirma que vestem pior agora que há cinco anos atrás.