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Biden quer aumentar impostos aos mais ricos para financiar medidas sociais  

Joe Biden pretende quase duplicar o imposto sobre mais-valias de capital para ganhos iguais ou superiores a 1 milhão de dólares. Medida visa financiar um plano de apoios sociais que o presidente dos EUA deverá anunciar na próxima semana. Notícias das intenções da Casa Branca gelaram Wall Street e causam calafrios nas bolsas europeias.

O democrata Joe Biden tomou posse como Presidente dos Estados Unidos a 20 de janeiro, sucedendo ao republicano     Donald Trump.
Andrew Harnick/Lusa
23 de Abril de 2021 às 10:16
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O presidente norte-americano já havia admitido a necessidade de agravar a carga fiscal suportada pelos mais ricos e já terá mesmo um plano para quase duplicar o imposto aplicado às mais-valias decorrentes de ganhos com capital, medida destinada a financiar um programa de apoios sociais que deverá ser conhecido já na próxima semana.

 

Segundo reporta a imprensa americana, Joe Biden quer acabar com o tratamento preferencial que o regime fiscal dos Estados Unidos garante aos rendimentos provenientes de investimentos nos mercados de capitais.

 

De acordo com fontes conhecedoras do plano em causa, Biden quer agravar para 39,6% (atualmente é de 20%) a taxa de imposto que incide sobre mais-vaias de capital para quem tenha ganhos iguais ou superiores a 1 milhão de dólares. Ou seja, seria um aumento de impostos a aplicar sobre uma pequeníssima minoria já que apenas cerca de 0,32% dos contribuintes americanos regista esse nível de mais-valias (dados fiscais relativos a 2018 referidos pela agência Bloomberg).

 

A taxa de imposto suportada pelos mais ricos poderá assim ascender até 43,4% se incluída a sobretaxa (3,8%) criada para ajudar a financiar o plano de saúde Obamacare. Por outro lado, tal aumento de impostos equilibraria a relação entre a carga fiscal aplicada a rendimentos de capital e aquela que é paga a salários, atualmente mais favorável para o primeiro caso.

 

Enquanto candidato presidencial, o antigo senador democrata e ex-número dois de Barack Obama comprometeu-se com aproximar as cargas fiscais aplicadas aos ganhos de capital e aos rendimentos do trabalho, considerando inaceitável que uma minoria muito rica pagasse menores taxas de impostos do que os trabalhadores da classe média.

 

A intenção passa por ajudar a financiar um programa de apoios sociais denominado "plano americano para as famílias", que deverá ser desvendado já na próxima semana.

 

Outra medida que poderá ser implementada e que está ainda a ser discutida no seio da nova administração da Casa Branca diz respeito a um aumento do imposto predial aplicado aos mais ricos. Certo é que Joe Biden já avisara, ainda durante a campanha presidencial, que quem tem rendimentos superiores a 400 mil dólares por ano iria pagar mais impostos.

 

Nos primeiros dois meses na Casa Branca, Biden também já promoveu um aumento de impostos sobre as empresas que contrariou o relevante corte de impostos aplicado durante a presidência do seu antecessor, Donald Trump. Esse aumento de impostos às empresas visa financiar o plano de infraestruturas de 2,3 biliões de dólares através do qual a administração Biden espera criar empregos.

As notícias sobre esta agravamento de impostos fez-se sentir ontem em Wall Street, que registou quedas em torno de 1% e um movimento de vendas de títulos acionistas. Esta manhã, também as principais bolsas europeias arrancaram a sessão no vermelho pressionadas pela incerteza quanto ao impacto do agravamento fiscal em ponderação na Casa Branca.

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