Notícia
Empresas só receberam "menos de 1%" das verbas prometidas no PRR
Alerta foi feito esta segunda-feira pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal, que considera que "a recuperação económica está a ser feita apesar do PRR". Estudo mostra que 67% dos empresários consideram que o PRR "não terá significado para a atividade da sua empresa".
As empresas só receberam, até à data, "menos de 1%" das verbas prometidas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), alertou esta segunda-feira a CIP – Confederação Empresarial de Portugal. A situação é "confrangedora" para as empresas, numa altura em que a retoma pós-pandemia está a ser ameaçada pelo impacto da guerra na Ucrânia.
"São o estoicismo e a resiliência dos empresários portugueses que estão apoiar a retoma económica, sem o apoio do principal instrumento construído para o efeito, o PRR", alertou o vice-presidente da CIP Armindo Monteiro, na apresentação da edição de julho do estudo "Sinais Vitais: expectativas face a um futuro próximo".
Segundo Armindo Monteiro, dos cerca de 5 mil milhões destinados à iniciativa privada no PRR, "pouco mais de 5%" foram aprovados. O cenário é ainda pior no que toca a pagamentos: "só 9 milhões foram pagos", ou seja, "apenas 0,18%" das verbas alocadas já chegaram às empresas, até ao momento.
A mesma demora não se verifica no que toca às verbas do PRR alocadas ao Estado, diz Armindo Monteiro, notando que, dos 11,6 mil milhões destinados ao Estado, "praticamente metade já está aprovado" e a percentagem de pagamentos é superior à registada nas empresas. "Há duas bitolas completamente diferentes na execução do PRR", diz.
Tendo em conta os sinais de retoma da atividade no tecido empresarial (com 96% das empresas inquiridas a revelar que estão já em pleno funcionamento e um aumento de 45% nas vendas e prestação de serviços no primeiro trimestre), o vice-presidente da CIP afirma que "a recuperação económica está a ser feita apesar do PRR".
Esse "esforço" feito pelas empresas tem, segundo a CIP, consequências que se refletem na diferença entre o volume de negócios e os resultados. "O volume está a crescer mas a diferença entre proveitos e custos está a diminuir", tendo em conta que, apesar da subida dos preços, algumas empresas têm procurado "não repercutir nos preços o aumento dos custos para travar inflação".
"Pergunta-se como é que as empresas sobrevivem sem a efetividade do principal programa de apoio. Esta é uma situação absolutamente confrangedora", referiu Armindo Monteiro.
Metade das empresas considera apoio do PRR "nada significativo"
Questionados no estudo sobre o impacto que o PRR vai ter em termos económicos, 67% dos empresários e gestores de topo consideram que o PRR, direta ou indiretamente, "não terá significado para a atividade da sua empresa". Apenas 6% dos inquiridos consideram que "pode ser significativo" e 3% admitem que seja "muito significativo".
A maioria dos empresários (77%) dizem ainda que o acesso a apoios públicos é burocrático, enquanto 5% consideram que esses processo são "pouco ou nada burocráticos".
Os dados mostram ainda que 78% das empresas decidiram não se candidatar a nenhuma medida de apoio à economia nos últimos três meses. Desses, 41% afirmam que não preenchem as condições necessárias de elegibilidade, ao passo que 23% dizem que não necessitam.
Dos 22% de empresas que se candidataram a apoios, 54% ainda não obteve resposta e 5% viram a sua candidatura rejeitada. Os restantes 41% viram a sua candidatura aprovada e, desses, 58% já recebeu o apoio.
"São o estoicismo e a resiliência dos empresários portugueses que estão apoiar a retoma económica, sem o apoio do principal instrumento construído para o efeito, o PRR", alertou o vice-presidente da CIP Armindo Monteiro, na apresentação da edição de julho do estudo "Sinais Vitais: expectativas face a um futuro próximo".
A mesma demora não se verifica no que toca às verbas do PRR alocadas ao Estado, diz Armindo Monteiro, notando que, dos 11,6 mil milhões destinados ao Estado, "praticamente metade já está aprovado" e a percentagem de pagamentos é superior à registada nas empresas. "Há duas bitolas completamente diferentes na execução do PRR", diz.
Tendo em conta os sinais de retoma da atividade no tecido empresarial (com 96% das empresas inquiridas a revelar que estão já em pleno funcionamento e um aumento de 45% nas vendas e prestação de serviços no primeiro trimestre), o vice-presidente da CIP afirma que "a recuperação económica está a ser feita apesar do PRR".
Esse "esforço" feito pelas empresas tem, segundo a CIP, consequências que se refletem na diferença entre o volume de negócios e os resultados. "O volume está a crescer mas a diferença entre proveitos e custos está a diminuir", tendo em conta que, apesar da subida dos preços, algumas empresas têm procurado "não repercutir nos preços o aumento dos custos para travar inflação".
"Pergunta-se como é que as empresas sobrevivem sem a efetividade do principal programa de apoio. Esta é uma situação absolutamente confrangedora", referiu Armindo Monteiro.
Metade das empresas considera apoio do PRR "nada significativo"
Questionados no estudo sobre o impacto que o PRR vai ter em termos económicos, 67% dos empresários e gestores de topo consideram que o PRR, direta ou indiretamente, "não terá significado para a atividade da sua empresa". Apenas 6% dos inquiridos consideram que "pode ser significativo" e 3% admitem que seja "muito significativo".
A maioria dos empresários (77%) dizem ainda que o acesso a apoios públicos é burocrático, enquanto 5% consideram que esses processo são "pouco ou nada burocráticos".
Os dados mostram ainda que 78% das empresas decidiram não se candidatar a nenhuma medida de apoio à economia nos últimos três meses. Desses, 41% afirmam que não preenchem as condições necessárias de elegibilidade, ao passo que 23% dizem que não necessitam.
Dos 22% de empresas que se candidataram a apoios, 54% ainda não obteve resposta e 5% viram a sua candidatura rejeitada. Os restantes 41% viram a sua candidatura aprovada e, desses, 58% já recebeu o apoio.