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STE: “Governo acredita que com uma perda real dos salários de 3% contém a inflação. É falso"
Nova ministra da administração pública, Mariana Vieira da Silva, atira a resolução de questões como a descompressão da tabela remuneratória única para os “quatro anos e meio” da legislatura.
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) saiu da primeira reunião com a nova ministra da Administração Pública, Mariana Vieira da Silva, sem qualquer resposta positiva. A atualização de 0,9% nos salário da Função Pública não será revista, não há garantias quanto ao que se fará no próximo ano e as questões mais estruturais como a revisão da tabela remuneratória única, que em janeiro passa a colocar duas carreiras com o mesmo salário de entrada, serão discutidas ao longo "de quatro anos e meio".
A proposta dos sindicatos de aumento da actualização de 0,9% - num cenário em o Governo prevê uma inflação (IPC) de 3,7% - voltou esta quarta-feira a ser recusada.
"O Governo acredita que com uma perda real dos salários que neste ano se traduzirá em cerca de 3% nos trabalhadores da administração (…) isso contém o processo de inflação. É falso. O que vamos ter é perda real de salários", disse Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, à saída da primeira reunião com a ministra e com a secretário de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, na Presidência do Conselho de Ministros (PCM).
Por outro lado, segundo explicou, o Governo recusa mexer na atualização de 0,9% alegando que "essa negociação foi feita com o anterior governo".
A nova equipa também não se compromete com uma actualização em 2023 ao nível da inflação deste ano e volta a deixar cair o calendário para ajustar a tabela salarial das carreiras que em janeiro serão comidas pelo salário mínimo.
"O que nos foi referido por diversas vezes é que temos quatro anos e meio para rever outras questões: a revisão de carreiras, do processo de recrutamento… Enfim, quatro anos e meio para fazer o que considera a modernização da administração pública. Nós dizemos que são quatro anos e meio em que os cidadãos vão perder na prestação do serviço público e na capacidade de reter talentos".