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Novo Banco faz aumentar emprego nas sociedades públicas
Entrada do Novo Banco, detido pelo Fundo de Resolução, faz aumentar o emprego no conjunto das entidades públicas, mais do que compensando no último trimestre o impacto das privatizações, revelam dados oficiais da DGAEP.
A entrada do Novo Banco S.A, detido pelo Fundo de Resolução, levou a um aumento do emprego no conjunto de sociedades detidas pela administração pública.
Os dados divulgados esta segunda-feira pela DGAEP revelam que entre Junho e Setembro o número de trabalhadores registados nas actividades financeiras e de seguros aumentou 45%, para cerca de 18.250, com a entrada de 5.702 pessoas.
É este movimento que explica o aumento global registado nas sociedades financeiras e não financeiras públicas, que cresceu 15,3% nestes três meses.
"O aumento do emprego em 30 de Setembro último deve-se à entrada do Novo Banco S.A, detido pelo Fundo de Resolução, para o conjunto das sociedades financeiras públicas", pode ler-se na Síntese Estatística de Emprego Público (SIEP).
Os dados divulgados pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), dependente do ministério das Finanças, mostram no entanto que em termos homólogos o emprego em empresas públicas e outras entidades públicas recuou 19,9%, com uma subtracção de quase 11 mil pessoas, essencialmente influenciada pela quebra do número de trabalhadores do sector dos transportes e armazenagem.
"É de realçar o impacto no indicador referente às empresas detidas pela administração central por efeito da conclusão dos processos de privatização da ANA Aeroportos de Portugal S.A. e respectivas participadas no 3º trimestre de 2013, dos CTT - Correios de Portugal, S.A e respectivas participadas no 4º trimestre de 2013, bem como a privatização de todas as empresas do grupo Fidelidade - Companhia de Seguros S.A. e consequente saída do universo do sector público deste conjunto de empresas", pode ler-se no relatório.
Alteração estatística traz mais 107 mil trabalhadores para o universo das administrações públicas
O relatório divulgado esta segunda-feira revê toda a série de dados e indicadores publicados desde 2011, que são adaptados ao novo Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais 2010 (SEC 2010).
Os novos critérios determinaram a classificação no sector das administrações públicas de diversas entidades que não o estavam, e que levaram a uma acréscimo do emprego global de 20%, ou de 107 mil postos de trabalho. As entidades públicas empresariais (nomeadamente os hospitais) justificam o grosso deste aumento (90%), enquanto o resto é explicado por entidades reguladoras, institutos públicos e outros.
Com o anterior sistema (SEC 95) as administrações públicas apresentavam um total de 539 mil trabalhadores, enquanto agora o número apresentado é de 647 mil.
A tendência é, em ambos os casos, de queda. De acordo com a nova metodologia, as administrações públicas perderam quase 80 mil funcionários desde o final de 2011.