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Frente Comum prepara resposta “forte” contra aumento salarial “ofensivo”
A Frente Comum abandonou as negociações sobre o orçamento do Estado para 2020 sublinhando que não aceita aumentos de 8 cêntimos por dia para quem ganha 635 euros. A estrutura da CGTP discute no dia 19 um protesto “forte” contra os aumentos salariais.
A delegação da Frente Comum entrou e saiu rapidamente da terceira reunião com o Governo sobre sobre a proposta de orçamento do Estado para 2020, que contempla um aumento nominal dos salários de 0,3% para a Função Pública. A estrutura da CGTP vai preparar uma "resposta forte" de protesto, a anunciar no dia 19.
"Está tudo indignado, os trabalhadores não conseguem perceber, e não faz sentido nós estarmos numa negociação suplementar conhecendo a intenção do Governo para os trabalhadores da administração pública, designadamente para os aumentos dos salários", justificou Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, aos jornalistas.
"Se houvesse espaço para negociar o Governo tinha dito na última reunião, quando esteve cá o secretário de Estado do Orçamento, porque lhe perguntámos mais de seis vezes, que havia espaço para alterar a proposta. O Governo disse que não alterava", acrescentou.
No documento a Frente Comum fala em aumentos ofensivos de 8 cêntimos por dia (quando divididos pelos 22 dias úteis de trabalho) para os trabalhadores que recebem 635 euros.
"O que o Governo fez neste momento crucial para os trabalhadores da Administração Pública e para as populações foi um autêntico simulacro de negociações: quis impor datas, quis impor um aumento salarial ofensivo e pretende enganar a opinião pública misturando deliberadamente custos do trabalho que são do Estado com valor para aumentos salariais", lê-se no documento entregue na sede provisória do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.
Em causa estão as contas que apontam para um crescimento total da despesa de 3,2%, quando consideradas progressões, promoções e outros custos salariais, um valor que compara com o aumento nominal de 0,3% que o Governo propõe para a subida transversal dos vencimentos.