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Arménio Carlos espera elevada adesão à greve dos funcionários públicos

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou à Lusa que os primeiros dados apontam para uma elevada adesão à greve dos funcionários públicos, referindo que caso o Governo não responda às reivindicações novas lutas podem ocorrer em breve.

15 de Fevereiro de 2019 às 00:05
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"Os dados que já temos neste momento apontam para uma grande adesão dos trabalhadores do setor público a esta paralisação, não só pelo descontentamento que manifestam pelas posições que o Governo tem tomado de não resposta às sua reivindicações, mas também porque consideram que num quadro em que continua a haver disponibilidade para o Governo investir dinheiro no setor financeiro privado, continua a não dar resposta a questões de fundo", disse Arménio Carlos.

 

Segundo o sindicalista, entre queixas dos trabalhadores está a "não atualização dos salários de cerca de 600 mil trabalhadores pelo décimo ano consecutivo, as carreiras bloqueadas na maior parte dos casos, as progressões longe do desejável e a falta de resposta para a aquisição de mais trabalhadores".

 

Arménio Carlos, que está no piquete de greve nas oficinas do Juncal dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos dos Municípios de Loures e Odivelas (SIMAR), explicou que o primeiro impacto da greve é na recolha de resíduos sólidos.

 

"Por agora os impactos são na área dos resíduos sólidos, nos turnos das 22:00 e nos que se sucedem. Aqui no Juncal a adesão é quase total e em muitos outros locais do país é muito significava. A partir da meia-noite vamos ter a saúde, em particular os hospitais, e na sexta-feira vamos ter as escolas e outras áreas dos serviços públicos que vão ser afetadas", explicou.

 

O secretário-geral da CGTP defendeu que o Governo deve perceber o descontentamento que existe, explicando que, se tal não acontecer, "corre o risco de ser confrontado com novas lutas nos próximos tempos".

 

A greve dos funcionários públicos deverá ter uma elevada adesão, com um impacto mais visível nos setores da saúde, educação, finanças e autarquias, podendo levar ao encerramento de escolas e deixar lixo por recolher, segundo as estruturas sindicais que convocaram esta paralisação nacional.

 

Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

 

A paralisação começou por ser marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.

 

A Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), filiadas na UGT, marcaram dias depois greve para a mesma data, pelos mesmos motivos.

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