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Rui Rio quer quadros superiores da função pública abrangidos por aumentos salariais

O presidente do PSD, Rui Rio, disse esta quarta-feira à noite que os quadros superiores da função pública são mal pagos e defendeu que deveriam ser englobados nos aumentos salariais anunciados.

Estela Silva/Lusa
04 de Outubro de 2018 às 00:06
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"Estou há muitos anos preocupado com os quadros superiores da função pública, que são muito mal pagos. Portanto, a função pública tem de ter quadros de qualidade", afirmou Rui Rio aos jornalistas, à entrada para uma sessão com militantes do PSD/Oeste, na Lourinhã, distrito de Lisboa.

 

Referindo não ter uma opinião concreta por ainda se desconhecer a proposta do Orçamento de Estado para 2019, o social-democrata defendeu que se "tem de tem de olhar para os salários da função pública de uma forma global".

 

"Compreendo que é simpático dar aumentos a quem tem menos e menos aumentos a quem tem mais, mas a verdade é que a função pública está a perder competitividade", alertou o presidente do PSD, quando questionado sobre a entrevista do primeiro-ministro à TVI, na segunda-feira.

 

Sobre a intenção de António Costa manter a solução governativa existente se ganhar as eleições legislativas do próximo ano, o líder do PSD considerou que "ter o PCP e o Bloco de Esquerda na esfera da governação é sempre uma condicionante muito grande".

 

Rui Rio tem uma "opinião exactamente contrária" à do PS sobre a eficácia da governação parlamentar à esquerda. "Pode funcionar bem no quadro dos interesses do PS, do PCP e Bloco de Esquerda. No quadro dos interesses do país, é preciso fazer determinadas reformas, pôr o país a crescer e a desenvolver-se e não me parece que seja essa a solução", concretizou.

 

Na entrevista de segunda-feira, à pergunta se haverá um aumento do salário base dos trabalhadores da administração pública em 2019, António Costa referiu que o seu executivo irá "tão longe quanto for possível", observando, depois, que, neste momento, se está em fase de negociação sindical.

 

"Entendo que teria maior eficácia concentrar a margem financeira que existe em quem mais precisa e onde a diferença é maior do que disseminar de uma forma igualitária por todos, beneficiando todos pouco. Em alguns vencimentos, nos mais altos, essa diferença não fará a diferença", alegou o primeiro-ministro.

 

Na mesma entrevista, o primeiro-ministro mostrou-se pouco confiante na possibilidade de PCP e Bloco de Esquerda entrarem num eventual futuro Governo do PS, alegando que o grau de compromisso à esquerda dá para serem amigos, mas não para casar.

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