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Rio descarta mudar voto contra para viabilizar OE: "Teria de ter duas caras e só tenho uma"

Líder do PSD considera que é melhor para o país "não haver orçamento do que haver este orçamento". Rui Rio antecipa que chumbo do BE e PCP se confirme "porque alguém tinha de perder fortemente a cara" e espera que haja "eleições rapidamente".

Miguel A. Lopes/Lusa
26 de Outubro de 2021 às 15:11
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O presidente do PSD, Rui Rio, descartou esta terça-feira voltar atrás na intenção de chumbar o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2022) para evitar uma crise política. O líder social-democrata considera que é melhor para o país "não haver orçamento do que haver este orçamento".

"Só se eu tivesse duas caras [é que mudaria o sentido de voto]. Só tenho uma cara. Quando o Orçamento foi apresentado, não disse logo [como o PSD votaria]. Fui estudar o documento, embora fosse muito difícil poder votar a favor", referiu Rui Rio, à entrada para o debate da proposta do Governo para o OE2022, na Assembleia da República.

Rui Rio sublinhou que, na reunião da comissão política, foi decidido "por unanimidade" que o PSD iria chumbar a proposta e é essa decisão que vai manter apesar do Presidente da República ter anunciado que irá usar a magistratura de influência para tentar entendimentos para viabilizar o OE2022 à 25.ª hora.

"Sendo mau, [este orçamento] ainda pior ficaria se fossem acolhidas as permanentes reivindicações do PCP e BE. Para nós, em termos políticos, isto é rigorosamente ao contrário do que o país precisa. Em termos técnico-políticos, o país precisa de apoiar a produção e a criação de riqueza e depois de ter mais criação de riqueza, distribuí-la", defendeu.

Na visão de Rui Rio, o Governo de António Costa está a fazer precisamente "o contrário" com este OE: "distribui riqueza para lá do que tem e, por isso, é que continuamos a ter uma dívida pública sempre a crescer, que vai empenhando o nosso futuro". "Para o país, é melhor não haver orçamento do que haver este orçamento", salientou.

O líder do PSD antecipa ainda que se venha a confirmar o chumbo do Bloco de Esquerda e do PCP ao OE, "porque alguém tinha de perder fortemente a cara". Havendo crise política, Rui Rio diz que é preciso "resolver o problema o mais depressa possível, ninguém entenderia que isso se arrastar-se".

"Tem de haver eleições rapidamente e, em função do resultado, construir uma maioria, de uma forma cimentada e séria. Foi isso que não aconteceu com esta maioria parlamentar, a geringonça, que é muito periclitante e que, neste momento, está acabada", concluiu.
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