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Mortágua sobe o tom na crise política: "Enfrentamos as chantagens"

Num artigo de opinião publicado no Jornal de Notícias, a deputada do Bloco de Esquerda acusa o Governo de fazer chantagem, ameaçando uma crise política para aprovar o OE 2022 "sem cedências" aos partidos.

Margarida Peixoto margaridapeixoto@negocios.pt 19 de Outubro de 2021 às 11:10
"Enfrentamos as chantagens, decidimos sobre soluções concretas" – a promessa é de Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, num artigo de opinião publicado esta terça-feira, no Jornal de Notícias. A bloquista promete assim não ceder nas negociações para a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, se não vir avanços concretos nas nove exigências que fez ao Governo. "A decisão é sua", diz, referindo-se a António Costa.

No artigo de opinião, Mariana Mortágua acusa o primeiro-ministro de ameaçar demitir-se, culpando depois os partidos de esquerda, para forçar a aprovação de um Orçamento que considera ser "poucochinho", e que não avança nas matérias defendidas pelos anteriores parceiros parlamentares.

"Esta não é a primeira vez que o primeiro-ministro cede à tentação de resolver um problema político pela chantagem da demissão, mas é a mais evidente", acusa, defendendo que "o poder de fazer ou não um acordo para o Orçamento de 2022 depende exclusivamente da sua vontade."

"O Governo recusa-se a ir além de medidas pontuais, que muitas vezes ficam por cumprir", acusa, dando o exemplo do estatuto do cuidador informal e perguntando: "Como confiar?" Depois, acusa o Executivo de ter apresentado duas propostas "destinadas a criar confusão" – a que se refere ao mecanismo para manter a caducidade da contratação coletiva (que o Bloco quer eliminar) e a do regime de exclusividade, que a bloquista diz ser "muito limitado" e que "até já existe".

Depois de recordar as nove propostas do BE, Mariana Mortágua frisa que nenhuma destas matérias está prevista no OE 2022, apesar de o Governo conhecer bem as reivindicações em causa. E passa a bola para o lado de lá: "António Costa pode achar que ganha sempre. Ou submete os partidos à esquerda numa negociação sem cedências ou culpá-los-á por uma crise política que ninguém deseja. A decisão é sua".
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