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Após troca de acusações, Montenegro e Pedro Nuno Santos encontram-se na próxima sexta-feira

A menos de um mês da entrega da proposta de orçamento no Parlamento, o gabinete do primeiro-ministro diz que o líder do PS adiou várias reuniões.

Luís Forra/Lusa
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Governo e PS trocam acusações e contam histórias diferentes sobre não avançam as negociações do Orçamento do Estado (OE) para 2025. O gabinete do primeiro-ministro diz querer "esclarecer" e "terminar com especulações", garantindo que Luís Montenegro tem tentado marcar reuniões com o líder da oposição, mas é Pedro Nuno Santos quem as tem adiado. O líder socialista nega que assim seja. O encontro entre os dois ficou marcado para a próxima sexta-feira.

"O primeiro-ministro está, desde a primeira hora, plenamente empenhado no processo de negociação para a aprovação do Orçamento do Estado para 2025", começa por dizer o primeiro-ministro, em comunicado, indicando que desde julho que o Governo tem vindo a dialogar com todos os partidos com assento parlamentar, tendo sido realizadas duas rondas de encontros.

"É natural que quer os portugueses quer o Governo reconheçam as particulares responsabilidades do Partido Socialista, por ter sido Governo nos últimos oito anos e por ser o maior partido da oposição", sublinha. O Executivo relata, assim, que no seguimento de contactos anteriores entre as delegações, o próprio primeiro-ministro está, desde 4 de setembro, a tentar marcar uma reunião com o secretário-geral do PS. "Porém, até agora isso não aconteceu devido à indisponibilidade recorrente do secretário-geral do Partido Socialista."

O primeiro-ministro está, desde 4 de setembro, a tentar marcar uma reunião com o secretário-geral do Partido Socialista. Porém, até agora isso não aconteceu devido à indisponibilidade recorrente do secretário-geral do Partido Socialista.Comunicado do gabinete do primeiro-ministro

Segundo Montenegro, a reunião chegou a estar agendada para dia 18, mas foi desmarcada por Pedro Nuno Santos. O gabinete do chefe do Governo garante que voltou a tentar para este domingo ou para segunda e terça-feira, dia em que o primeiro-ministro vai viajar para Nova Iorque para participar na Sessão de Alto Nível da Assembleia-Geral das Nações Unidas. "Não obstante, o secretário-geral do Partido Socialista transmitiu apenas ter disponibilidade a partir do dia 27, 23 dias depois do pedido de reunião da iniciativa do primeiro-ministro", lê-se.

O primeiro-ministro terá dado "indicação expressa" para os membros do Executivo evitassem "focos de tensão" e "trocas inúteis" de palavras na praça pública. "O Governo reconhece que a aprovação do orçamento é do interesse nacional e não contribuirá para qualquer instabilidade política", remata o comunicado.

PS argumenta que foi o Governo a cancelar

Num primeiro comunicado, o PS reagiu às palavras do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que assegurou este sábado à Lusa que o Governo "está disponível" para "negociar e ceder" na proposta de Orçamento do Estado. "O PS foi hoje [domingo] surpreendido com as declarações do ministro da Presidência relativas ao processo de negociação do Orçamento do Estado para 2025, as quais não correspondem à realidade", disse.

Sobre os desencontros, os socialistas descreveram um cenário diferente do contado pelo Governo. "As reuniões entre as lideranças do Partido Socialista e do Governo têm sido alvo de contacto entre as duas partes, mas as agendas de ambos não permitiram ainda esse agendamento. Uma reunião marcada para a semana passada foi cancelada pelo Governo, depois do PS ter exigido que da mesma fosse dado conhecimento público prévio", relata o partido liderado por Pedro Nuno Santos.

Mais tarde, o PS fazia uma nova comunicação em que dizia que o secretário-geral "lamenta o comunicado incompreensível e inaceitável" enviado pelo primeiro-ministro. "Trata-se de uma provocação e é uma atitude difícil de entender no quadro de boa fé negocial e do sentido de Estado que se exige de todos os intervenientes".

O PS não está disponível para continuar a alimentar estas discussões infantis e estéreis de gestão de agendas na praça pública, quando os portugueses se debatem diariamente com problemas graves que continuam por resolver.Comunicado do PS

O PS considera que único objetivo "só pode ser o de desviar a atenção" de outros temas
que estão a marcar a atualidade - como os incêndios que assolaram o país na semana passada -, e de criar "indesejável" instabilidade política. "Não existe por parte do Partido Socialista qualquer hesitação e o partido tem sempre mantido total discrição", garante.

Explica - "a bem da transparência, e só porque importa repor a verdade" - que o Governo sugeriu a realização de reuniões em dois momentos entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. Segundo o PS, da primeira vez, a reunião não aconteceu porque não haviam sido enviados a tempo os dados sobre as contas públicas e, da segunda vez, foi o Governo a recuar "quando o PS exigiu que da mesma fosse dada conhecimento público prévio".

O ponto em comum nas duas histórias é que o PS propôs a data de 27 de setembro. O PS diz agora que o Governo aceitou, esta noite, ficando o encontro marcado para s 15:00 horas. "O PS não está disponível para continuar a alimentar estas discussões infantis e estéreis de gestão de agendas na praça pública, quando os portugueses se debatem diariamente com problemas graves que continuam por resolver. Era nisso que um Governo adulto e responsável deveria estar concentrado neste momento", remata.

(Notícia atualizada às 21:30)

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