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Governo estima que preço do petróleo desça em 2025

No conjunto deste ano, refere relatório da proposta de Orçamento do Estado para 2025, "o preço do Brent deverá situar-se num nível próximo do registado em 2023, enquanto, para 2025, o FMI antecipa uma redução para 76 dólares por barril".

Na fase inicial do conflito Israel-Hamas, as cotações do crude reagiram em alta. Mas depois estabilizaram e até acabaram por cair. Ainda assim, o perigo mantém-se.
Fabian Bimmer/Reuters
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O preço do Brent do Mar do Norte, crude de referência para as importações europeias, negociado em Londres, registou subidas mais acentuadas este mês, especialmente devido à escalada de tensões no Médio Oriente. No entanto, no conjunto do ano, o Governo - recorrendo às projeções do FMI - conta que a cotação média do Brent se situe em torno dos valores de 2023 – e que possa mesmo descer no próximo ano.

O Executivo refere que o processo de desinflação mundial prosseguirá, apesar da volatilidade dos preços das matérias-primas. Citando as estimativas do FMI, aponta para um potencial aumento dos preços das matérias-primas em 2024 - mas sobretudo no caso das não energéticas e, nomeadamente, produtos alimentares. No caso do petróleo é diferente.

"Apesar do recente aumento das tensões no Médio Oriente, o preço do petróleo Brent caiu abruptamente em setembro (aproximadamente 8%), refletindo uma redução da procura mundial associada ao abrandamento da economia chinesa e a expectativas de aumento da produção na Arábia Saudita. Em média, no conjunto dos nove primeiros meses de 2024, o preço situou-se em 82 dólares por barril (sensivelmente em linha com o observado no período homólogo)", diz o relatório da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), que foi entregue esta quinta-feira pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, no Parlamento.

No conjunto deste ano, refere o documento, "o preço do Brent deverá situar-se num nível próximo do registado em 2023, enquanto, para 2025, o FMI antecipa uma redução para 76 dólares por barril".

Quanto à análise de sensibilidade macroeconómica e orçamental, o Executivo de Luís Montenegro explica que "dado o conjunto de pressupostos em que se baseia o cenário macroeconómico, e com o intuito de verificar a respetiva sensibilidade, analisou-se o impacto de alguns riscos externos e internos nos principais agregados macroeconómicos e de finanças públicas". E, na simulação do impacto dos riscos nos principais agregados macroeconómicos em 2025, "foram considerados quatros choques estilizados".

Um deles põe em cima da mesa o cenário de aumento de 20% do preço do petróleo (em dólares). E o que pode acontecer, nesse caso?

"Um cenário em que o preço do petróleo se situe 20% acima do assumido no cenário base, de acordo com a simulação efetuada, teria um efeito negativo de 0,1 pontos percentuais no crescimento do PIB em 2025, em virtude de um menor crescimento do consumo e do investimento, parcialmente mitigado pela redução no crescimento das importações", sublinha o relatório. Neste cenário, "o deflator do consumo privado seria mais elevado (passando de 2% para 2,3%) por via do aumento do custo dos bens e serviços finais importados e, em menor escala, dos demais itens de consumo, por via do seu conteúdo importado".

Considerando o peso dos bens energéticos derivados do petróleo nas importações, este choque "originaria uma deterioração da balança comercial e, consequentemente, da capacidade de financiamento da economia face ao exterior em cerca de 0,3 pontos percentuais do PIB", frisa o documento. Já o impacto no mercado de trabalho "seria residual em 2025".

Quanto aos principais agregados de finanças públicas, "este choque traduzir-se-ia num menor ritmo de redução da dívida pública em percentagem do PIB, em 0,1 pp em 2025, essencialmente devido ao menor crescimento do PIB nominal, tendo um efeito residual no saldo orçamental", aponta ainda o relatório.

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