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BE está disponível para alterar sentido de voto "se Governo tiver abertura para negociar"

Para Catarina Martins, as declarações feitas no fim de semana pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e pelas as ministras da Saúde e do Trabalho, Marta Temido e Ana Mendes Godinho, mostram que as nove propostas que o BE apresentou "foram recusadas".

Manuel Fernando Araújo/Lusa
25 de Outubro de 2021 às 12:54
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O Bloco de Esquerda (BE) diz que está disponível para alterar o voto contra o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2022) na generalidade. A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou esta segunda-feira que essa alteração depende apenas da aproximação do Governo às propostas apresentadas. 

"Se o Governo tiver abertura para negociar sobre os pontos que temos neste momento em cima da mesa, teremos disponibilidade para rever o nosso voto na generalidade. O que esperamos é que possa existir esse sinal", afirmou Catarina Martins, minutos antes de o PCP revelar que vai votar contra a proposta do Governo para o OE2022.

Para Catarina Martins, as declarações feitas no fim de semana pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e pelas as ministras da Saúde e do Trabalho, Marta Temido e Ana Mendes Godinho, mostram que as nove propostas que o BE apresentou "foram recusadas" e que, nos casos em que há contrapropostas, essas "são para aplicar só daqui a muito tempo ou são de uma aplicação muito reduzida, simbólica, sem efeitos concretos". 

"Registei que o Governo afirmou que o BE tem críticas ao OE maiores do que as nove propostas que faz. E é verdade. Como o Governo sabe, não colocámos nestas medidas mínimas para viabilizar o OE, algumas medidas (...) porque sabíamos que sem saída nesta altura, face aos tempos em que o Governo decidiu negociar o OE", reconheceu. 

Entre essas medidas constam a redução do IVA da energia e a criação de "uma prestação social que garanta que ninguém fica abaixo do limiar da pobreza".

Catarina Martins insistiu ainda que "o BE limitou as propostas a uma área mais pequena para tentar um entendimento" e estranha que não haja aproximação da parte do Governo, mesmo em matéria, como o aumento da compensação por despedimento, que o PS "sempre defendeu". 

"Ouvi com alguma estranheza o que me pareceu indisponibilidade para negociarmos até quarta-feira, mas o BE mantém essa disponibilidade e a certeza de que não haverá recuperação da economia sem um equilíbrio dos salários, justiça nas pensões e a defesa do SNS e a garantia de acesso da população portuguesa à saúde", reiterou.

E sublinhou ainda, colocando o ónus no Executivo de António Costa: "Se o Governo quiser que o OE seja aprovado, o BE mantém disponibilidade se houver avanços nestas matérias".

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