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Carla Graça e Pedro Montalvão: Frente-a-frente na Água

As mesmas perguntas. Duas visões.

30 de Janeiro de 2013 às 10:00
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1. De que forma o Estado pode reduzir o seu peso no sector de abastecimento de água?

 

2. Com a transferência de funções para os privados os consumidores podem sair a ganhar?

 

3. Este é o melhor momento para se repensar o sistema de abastecimento de água em Portugal?

 

4. A Águas de Portugal deve ser privatizada totalmente? Porquê?

 

 

Carla Graça

Vice-presidente da Quercus

 

"Arriscamo-nos a ter um monopólio privado"

 

1. Temos algumas reservas nessa questão, porque a água é um recurso comum. Tem de haver uma regulação muito eficaz. Alienar completamente estes serviços não nos parece desejável.

 

2. Isto é um mercado monopolista por natureza. Se não houver uma fiscalização muito precisa e uma regulação forte, arriscamo-nos a ter um monopólio privado, que não é, de todo, melhor do que um monopólio público. Há questões que ainda têm de ser reguladas ao nível das tarifas e das taxas. E há ainda as infra-estruturas, que foram construídas com dinheiros públicos. Não me passa pela cabeça que sejam privatizadas. Mas há questões que podem trazer economias de escala. Poderá ser interessante juntar sistemas de abastecimento com os de saneamento.

 

3. Pode ser um bom momento para reequacionar as questões de eficiência. Tem de ser numa lógica de fechar o círculo.

 

4. A Quercus não tem posição oficial sobre a privatização da Águas de Portugal. 

 

 

Pedro Montalvão

Presidente da Indaqua

 

"O Estado pode reduzir o seu peso no sector"

 

1. O Estado pode reduzir o seu peso no sector de abastecimento de água, atraindo os privados para diversos modelos de gestão/parceria. A escolha do melhor modelo para envolvimento do parceiro privado depende de cada projecto específico. 

 

2. Nos casos em que a tarifa cobrada aos utilizadores não permita incluir todos os custos de exploração por razões de inacessibilidade económica da comunidade local, deverá haver uma decisão política que defina qual o montante de subsidiação. Os privados vão obrigar a que se obtenham compromissos a longo prazo. As contas ficarão mais claras e transparentes.

 

3. É urgente repensar o sistema de abastecimento de água em Portugal. A solução passa por obter o contributo de todos, principalmente o regulador, a AdP, municípios e empresas privadas.

 

4. Não. A privatização total da AdP não serve os interesses de nenhum dos actores referidos acima e é contrária à defesa dos interesses dos utilizadores. 

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