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Santos Silva: “Há um grande espaço para aumentar a receita pública”
Chairman do BPI defende aumentos nos transportes ferroviários e urbanos e na área da saúde para “quem pode pagar mais”.
“Desde 2000 a despesa pública primária aumentou 4,5% e a receita apenas 2,6%, e do lado da receita há muito a fazer se quisermos atacar o problema da economia informal, o que não tem sido feito com a determinação que se impunha”, disse Artur Santos Silva, na conferência Anual da Ordem dos Economistas.
O chairman do BPI defende que “há um grande espaço para aumentar a receita pública” com medidas que devem ser introduzidas gradualmente. Na área da saúde, Santos Silva diz que “quem tem condições para pagar deve pagar mais” e os preços dos transportes ferroviários e urbanos “também devem ser revistos”, ilustrou.
Quanto à despesa pública, o presidente do Conselho de Administração do BPI refere que estamos “abaixo da média dos países do euro e da União Europeia”. “Na despesa pública, é nas despesas de redistribuição que está o maior peso, mas nestas despesas são sobretudo as de protecção social que têm aumentado bastante”, sublinhou.
“Na saúde está claramente abaixo da média da União Europeia, e na educação estamos ligeiramente acima”, explicitou. “O que há a fazer é actualizar as políticas, e não só fazer cortes como os “cortes cegos que foram feitos nas pensões”.
No Orçamento do Estado para 2014, Artur Santos Silva defende que os “dois pontos críticos” são o aumento do desemprego e a quebra do produto. Já em relação aos pontos positivos destaca o saldo primário e a dívida em relação ao PIB que cai pela primeira vez.
“O esforço de consolidação foi muito superior ao que fez a Itália e Espanha e também a Irlanda, e sobretudo se medirmos o esforço pela evolução do saldo estrutural primário”, frisou.