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Portugal teve o segundo défice de conta corrente mais elevado da Zona Euro no segundo trimestre
Num trimestre em que a União Europeia registou um excedente de 41,9 mil milhões de euros na balança de pagamentos, Portugal agravou o défice para mais de mil milhões de euros.
O segundo trimestre de 2017 não foi favorável para as contas externas portuguesas. Os dados já eram conhecidos – tinham sido divulgados pelo Banco de Portugal – e a ideia sai reforçada pelo relatório do Eurostat publicado esta quarta-feira, 4 de Outubro.
O gabinete de estatística da União Europeia revelou que o défice de conta corrente da balança de pagamento portuguesa totalizou 1,1 mil milhões de euros.
Portugal é assim dos poucos países da União Europeia com um saldo negativo neste indicador das contas externas no segundo trimestre. Na Zona Euro, só a França apresenta um registo superior (défice de 2 mil milhões de euros), sendo que contabilizando todos os países da UE, a Roménia (2,2 mil milhões de euros) e o Reino Unido (23,3 mil milhões de euros).
A conta corrente é uma das componentes mais relevantes da balança de pagamentos, pois inclui a balança comercial, a balança de rendimentos e as transferências. Para chegar ao saldo externo é preciso juntar a balança de capital e a balança financeira.
Os dados revelados pelo Banco de Portugal, referentes à totalidade da balança de pagamentos, são já referentes a Julho. E apontam para uma recuperação das contas externas portuguesas, que passaram a apresentar um saldo positivo (280 milhões de euros) quando contabilizados os primeiros sete meses do ano, contra um défice no primeiro semestre (-685 milhões de euros).
O défice que Portugal registou no segundo trimestre, segundo o Eurostat, representa um agravamento face ao mesmo período do ano passado (-900 milhões de euros) e contra os primeiros três meses deste ano (-300 milhões de euros).
Alemanha com excedente mais baixo
Olhando para toda da União Europeia, o excedente de conta corrente no segundo trimestre foi de 41,9 mil milhões de euros (1,1% do PIB), o que representa uma descida face aos três meses anteriores (49,4 mil milhões de euros, ou 1,3% do PIB) e também contra o período homólogo (58,6 mil milhões de euros, ou 1,6% do PIB).
Esta descida é quase da inteira responsabilidade da Alemanha, que no segundo trimestre registou um excedente de 55,7 mil milhões de euros. Apesar de ser maior do que todo o excedente da União Europeia, representa uma descida significativa face ao trimestre anterior (65,8 mil milhões de euros) e do mesmo período do ano passado (70 mil milhões de euros).
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— EU_Eurostat (@EU_Eurostat) October 4, 2017