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Papa Francisco alerta para situação financeira do Vaticano e pede ação
O défice da Santa Sé no ano passado terá rondado os 83 milhões de euros, segundo a imprensa italiana. Papa enviou uma carta a todos os cardeais espalhados pelo mundo e aos responsáveis de vários gabinetes no Vaticano.
O fundo de pensões do Vaticano enfrenta um "grave desequilíbrio" que deverá exigir mudanças, alertou esta quinta-feira o Papa Francisco numa carta enviada a todos os cardeais espalhados pelo mundo e aos responsáveis de vários gabinetes do Vaticano, avança a Reuters.
O Papa escreve na missiva que as mudanças incluem "tomar decisões difíceis que exigirão sensibilidade, generosidade e vontade de sacrifício da parte de todos".
Francisco refere que a correção do desequilíbrio no fundo de pensões poderá implicar mudanças na sua estrutura operacional e nomeou o cardeal Kevin Farrell para assumir a gestão do fundo.
Nos últimos meses o sumo-pontífice tem manifestado uma preocupação invulgar com o orçamento do Vaticano. No mês passado, Francisco determinou a terceira redução em três anos no pacote remuneratório dos cardeais que lideram o Vaticano e pediu-lhes que procurem atingir um "défice zero".
Apesar de o Vaticano não divulgar um orçamento completo há vários anos, sabe-se que enfrenta um défice orçamental significativo. A imprensa italiana estima que no ano passado o saldo negativo se tenha cifrado em torno dos 83 milhões de euros.
O responsável pelas Finanças do Vaticano indicava, em 2022, que as responsabilidades líquidas do fundo de pensões ascendia a 631 milhões de euros.
O Vaticano é composto por duas entidades - a Santa Sé e a cidade-Estado do Vaticano - que têm orçamentos separados. Contudo, as receitas do Vaticano, incluindo dos museus, tem sido usada de forma recorrente para reduzir o défice da Santa Sé.