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FMI preocupado que crescente endividamento das famílias no mundo leve a nova crise

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com o crescente endividamento das famílias no mundo, considerando que se não for equilibrado pode levar a uma nova crise financeira e económica.

6.ª Christine Lagarde (FMI)
Manteve a posição do rankingo do ano passado. A directora-geral do FMI é a sexta mulher mais poderosa a nível mundial, segundo a Forbes. O que acontece quando foi nomeada para segundo mandato à frente do Fundo Monetário Internacional. As várias crises económicas que tem de acudir mantêm-na presa ao topo.
Reuters
03 de Outubro de 2017 às 16:38
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No Relatório de Estabilidade Financeira Global, hoje divulgado, o FMI analisa 80 economias desenvolvidas ou em vias de desenvolvimento, considerando que se assistiu a um aumento do endividamento das famílias.

 

Nas economias avançadas, o rácio do endividamento das famílias face ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 52% em 2008 para 63% em 2016, enquanto nas economias designadas de emergentes passou de 15% para 21%.

 

Este endividamento diz respeito a crédito para compra de casa, para compra de carro ou para educação ou férias.

 

Apesar de o FMI considerar, baseando-se em estudos, que a curto prazo há um efeito positivo na economia do aumento da dívida das famílias, já que ajuda ao crescimento económico e à criação de emprego, já a médio prazo (três a cinco anos) considera que pode pôr em causa a estabilidade macroeconómica e financeira (bancária).

 

O FMI pede, assim, aos políticos e reguladores para "equilibrarem cuidadosamente" os benefícios e riscos do endividamento das famílias, incluindo com medidas que mitiguem os riscos, como aumentar a entrada que as famílias têm de dar quando pedem empréstimo bancário para comprar casa, evitando endividamentos excessivos.

 

Um dos economistas do FMI Nico Valcxx considerou, num dos documentos que acompanha o relatório, que é "surpreendente" o aumento da dívida das famílias, quando se pensava que as "pessoas estavam mais cautelosas" após a crise financeira.

 

O economista admite que a dívida tem vantagens, como permitir investimentos, comprar casa ou ir à universidade, entre outras possibilidades. Contudo, advertiu, "o rápido crescimento da dívida das famílias, especialmente de dívidas hipotecárias [geralmente para compra de casa], pode ser perigoso".

 

Como a crise financeira de 2008 demonstrou, avisa ainda, um choque económico - como a queda dos preços das casas - pode levar a uma espiral negativa, pondo desde logo em causa o sistema financeiro e, posteriormente, toda a economia.

 

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