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Excedente externo encolhe para um terço até novembro

As contas externas portuguesas deterioraram-se em novembro. O saldo positivo das balanças correntes e de capital dos primeiros 11 meses de 2018 é inferior ao registado até outubro e representa cerca de um terço do valor de 2017.

O crescimento das exportações de bens é bem inferior ao aumento das importações Miguel Baltazar/Negócios
21 de Janeiro de 2019 às 11:43
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As contas externas de Portugal registaram um excedente de 863 milhões de euros nos primeiros 11 meses de 2018, um valor que traduz uma deterioração face ao resto do ano e ao registado em 2017.

O saldo conjunto das balanças corrente e de capital apurado entre janeiro e novembro está abaixo do verificado nos primeiros 10 meses do ano (1.175 milhões de euros), pelo que o valor isolado de novembro foi negativo (défice).

Nos primeiros 11 meses de 2017 o excedente apurado situou-se em 2513 milhões de euros, pelo que no mesmo período do ano passado recuou para cerco de um terço deste valor (34%).

Medido em percentagem do PIB, o excedente externo apurado nos primeiros nove meses de 2018 (janeiro a setembro) corresponde a 0,3% do PIB, quando em 2017 era de 1,1% do PIB

Como mostra o gráfico em baixo, comparando com 2016 a deterioração das contas externas portuguesas é ainda maior.  



O Banco de Portugal, numa nota publicada esta segunda-feira, 21 de janeiro, explica esta deterioração nas contas externas portuguesas com a evolução das balanças de bens e de rendimento primário.

Nos primeiros 11 meses do ano as exportações de bens aumentaram 4,9%, bem abaixo do aumento das importações (7,9%), o que resultou num agravamento do défice da balança de bens em 2.459 milhões de euros.

Turismo impede maior queda

Em sentido inverso, a balança de serviços continua a melhorar à custa do crescimento do turismo. O "excedente da balança de serviços cresceu 1033 milhões de euros, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo passou de 10.183 milhões de euros para 11.227 milhões de euros", refere o Banco de Portugal. As exportações de serviços aumentaram 6,9%, enquanto as importações subiram 5,4%.

Além do comércio de bens, o pagamento de dividendos por parte das empresas portuguesas ao exterior também continua a pesar das contas externas do país. O défice da balança de rendimento primário (onde se incluem salários, juros, dividendos e algumas transferências da União Europeia) situou-se em 5.334 milhões de euros, superando o défice de 4.700 milhões de euros verificado em igual período de 2017, sendo que "este acréscimo resultou, sobretudo, do aumento dos dividendos pagos a entidades não residentes", explica o Banco de Portugal.

 

Desde 2012 que as contas externas de Portugal registam um excedente, mas sem um perfil anual linear: o ano começa com um défice que depois passa a excedente no saldo acumulado no final do ano. 

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