A dívida pública em Portugal subiu em Abril pelo segundo mês consecutivo, ao situar-se em 235,8 mil milhões de euros. De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, trata-se do valor mais elevado desde Fevereiro do ano passado.

 

O aumento face a Março foi de 2,8 mil milhões de euros e, de acordo com o banco central, ficou a dever-se a "emissões líquidas positivas de títulos de dívida no montante de 2,5 mil milhões de euros".

 

A dívida pública líquida de depósitos também aumentou (subiu mil milhões de euros para 219,6 mil milhões de euros), mas em menor dimensão, devido à subida de 1,8 mil milhões dos activos em depósitos. Em Abril a administração pública tinha 19,8 mil milhões de euros em depósitos.

A OCDE, que actualizou esta quarta-feira as suas projecções para economia global, antecipa que a dívida pública em Portugal vai baixar este ano para 128,3% do PIB, depois de ter atingido 129% do PIB em 2015.



Apoio à banca com impacto de 11,5% do PIB na dívida

No relatório que publica mensalmente com o endividamento público, o Banco de Portugal passa agora a incluir o impacto das medidas de apoio ao sistema financeiro.

As contas do banco central apontam para que Em Portugal, "o impacto acumulado das medidas de apoio ao sistema financeiro entre 2007 a 2015 foi de -7% do PIB de 2015 no défice e de 11,5% do PIB na dívida pública.
 
Quanto aos restantes países da Zona Euro, o Banco de Portugal assinala que o impacto acumulado no défice, em percentagem do PIB de 2015, foi particularmente elevado na Irlanda (-21,7), Grécia (-16,8), Eslovénia (-13,7) e Chipre (-9,5). Ao nível do endividamento acumulado das administrações públicas dos Estados-Membros, as medidas de apoio ao sistema financeiro tiveram maior reflexo, em percentagem do PIB, na dívida pública da Irlanda (31,8), Grécia (25,7), Chipre (21,0) e Eslovénia (17,0).