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DBRS acredita que municípios devem manter "situação financeira bastante favorável" este ano
No ano passado, os 308 municípios registaram um orçamento consolidado de 11,6 mil milhões de euros, um valor bastante sólido para a DBRS. Para este ano, a situação orçamental das autarquias deve manter-se positiva, segundo a agência de notação de financeira.
A DBRS estima que os municípios portugueses vão manter "uma situação financeira bastante favorável" no decorrer deste ano. A agência de "rating" salienta ainda que as contas das 308 autarquias em Portugal foram "bastante sólidas", no ano passado, apesar da "deterioração" das condições financeiras.
"A diminuição das pressões inflacionistas deverá apoiar a trajetória financeira favorável dos municípios portugueses em 2024, defende a DBRS.
Já "no que diz respeito às receitas, a concessão de empréstimos hipotecários deverá continuar a recuperar, como se verificou no quarto trimestre do ano passado e no primeiro trimestre desde ano", o que conjugado com a potencial quebra do custo de empréstimos para as famílias deve beneficiar as autarquias.
"Além disso, em caso de necessidade", a DBRS acredita que as autarquias poderão "utilizar a sua reserva de liquidez".
No final do ano de 2022, a tesouraria das autarquias ascendia a 2.872 milhões de euros, montante praticamente inalterado em 2023, de acordo com a DBRS, devido ao "desempenho orçamental bastante robusto dos municípios portugueses".
Ora, "este nível de tesouraria cobre oito vezes mais a média anual de amortização de capital da dívida dos últimos três anos dos munícipios", de acordo com a agência de notação financeira.
Resultados dos municípios foram "sólidos" em 2023
No ano passado, os 308 municípios registaram um orçamento consolidado de 11,6 mil milhões de euros, de acordo com as Contas Gerais do Estado. Para DBRS estes resultados "são bastante sólidos", apesar da "deterioração" das condições financeiras.
A DBRS salienta que "este desempenho robusto" foi alcançado num cenário de "inflação e de taxas de juro elevadas", o que teve impacto nos orçamentos das autarquias, empresas e famílias.
Assim, "no ano passado, os municípios portugueses conseguiram continuar a reduzir os seus encargos com a dívida, ao mesmo tempo que aumentaram as despesas de capital em 14%", acrescenta a DBRS.