Pelo terceiro mês consecutivo, o departamento de análise económica do Citi baixou as suas previsões para o crescimento da economia global, retirando-lhes uma décima para as cifrar em 2,7% neste ano e em 3,2% em 2015.

Para Portugal, por via da degradação do contexto externo, a previsão de crescimento foi também cortada em idêntica amplitude, calculando os economistas do banco norte-americano que o PIB progrida neste ano 0,9% e acelere no próximo para 1,7%.

No primeiro caso, a nova previsão fica abaixo da do Governo (1%); no segundo, fica acima (1,5%), o que não impede, porém, uma previsão bem mais elevada de défice: 3,3% do PIB, valor que fica acima da meta de 2,7% inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2015 e acima também do limite de 3% imposto pelas regras europeias. Também para este ano, as previsões do Citi apontam para uma derrapagem orçamental, mas mais contida: 4,2% do PIB em vez de 4%.

"Cortámos ligeiramente as nossas previsões de crescimento do PIB real em 0,1 pontos percentuais para 2014 e 2015 devido aos sinais de um crescimento mais fraco do exterior. No entanto, esperamos que a recuperação da procura interna se fortaleça em 2015, em resultado da melhoria da confiança entre os empresários, de um crescimento do emprego mais rápido do que o esperado e de uma pequena queda da taxa relativamente alta de poupança das famílias", lê-se no mais recente boletim de análise económica do Citi, publicado nesta quarta-feira, 29 de Outubro.

Já na frente orçamental, "esperamos que o governo excederá a sua meta orçamental recentemente revista em alta para 2015 (2,7%). Mesmo assim, o rácio da dívida pública em relação ao PIB deve atingir o pico, em cerca de 136%, neste ano".