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Troika chumba “plano B” do Chipre

Responsáveis europeus iniciaram uma nova ronda de negociações com o Governo cipriota, depois de terem recusado a proposta do banco central do Chipre, que passava pela fusão dos dois maiores bancos do país e a nacionalização de fundos de pensões.

Bloomberg
22 de Março de 2013 às 11:11
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A troika chumbou o “plano B” apresentado pelo Chipre para aceder aos fundos de um resgate da União Europeia, noticia esta manhã o "Financial Times", que cita fontes envolvidas nas novas negociações que estão a decorrer entre os responsáveis europeus e o Governo cipriota.

 

O plano alternativo, divulgado pelo banco central do Chipre, passava por salvar o sector financeiro do país. Este plano B, na prática, funde os dois maiores bancos do país, criando um “banco bom”, com os depósitos até 100 mil euros – os únicos que serão garantidos – e um “banco tóxico” com os depósitos acima deste valor.

 

Todos os activos e depósitos abaixo de 100 mil euros do Laiki Bank, o segundo maior banco do Chipre e que foi intervencionado pelo Estado no ano passado, passariam para o Bank of Cyprus, o principal banco do país, igualmente em tremendos apuros. Já os depósitos acima de 100 mil euros do Bank of Cyprus passariam para o Laiki Bank, que se transformaria no banco 'mau'.

 

Estará ainda prevista a venda de todos os bens imóveis do Laiki para ir reembolsando os titulares dos depósitos acima de 100 mil euros.

 

Contudo, este plano B contém outros elementos que não passaram no crivo da troika. Nicósia pretende criar um criação de um Fundo de Investimento de Solidariedade, angariar 2 mil milhões de euros com a nacionalização dos fundos de pensões do Estado e emitir obrigações garantidas por receitas futuras relacionadas com os depósitos de gás natural.

 

“Existiram algumas discussões sobre voltar atrás para o plano original, mas existiram objecções por parte do banco central”, disse ao Financial Times uma das pessoas envolvidas nas negociações.

 

O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, está reunido esta manhã com elementos da troika, esperando-se que o porta-voz do Governo faça uma comunicação ao País sobre os últimos desenvolvimentos.

 

O plano original, que foi chumbado pelo Parlamento cipriota, passava por aplicar uma taxa de 3,5% aos depósitos até 100 mil euros e de 6,5% para as aplicações acima deste valor.

 

Para aprovar o resgate do país, no valor de 10 mil milhões de euros, a troika exige que Nicósia encontre medidas para encaixar 5,8 mil milhões de euros. O “plano B” do Chipre deveria ser votado ainda hoje no Parlamento, embora já tenha sido adiado por várias vezes.

 

À espera do messias

 

Numa altura em que os bancos permanecem fechados, Nicósia parece ter cada vez menos tempo para adoptar uma decisão, já que o Banco Central Europeu deu até segunda-feira feira para a existência de um acordo, caso contrário cortará a liquidez aos bancos do país.

 

Nas ruas da ilha cipriota crescem as tensões sobre a crise do país, com as filas nas máquinas de multibanco a aumentarem. “Estamos à espera de que venha um messias para nos salvar e, claro, não há nenhum”, disse um responsável do Governo cipriota ao Financial Times.

 

O ministro das Finanças do Chipre regressou hoje de Moscovo de mãos vazias, já que a Rússia recusou participar no financiamento do país, mostrando-se apenas disponível para realizar investimentos.    

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